O MÚSICO E EDUCADOR MARCOS FONSECA FALA SOBRE A MÚSICA, EDUCAÇÃO, FAMA E OUTROS ASSUNTOS.

Conversamos com o educador e agora músico Marcos Fonseca sobre como a música surgiu em sua vida, suas novas experiências e o poder da música na educação.






Fanatic Media Group: Marcos, você é um educador de formação, como a carreira musical surgiu na tua vida?
Marcos Fonseca: Bem, primeiramente a música nasce na minha vida desde muito pequeno. Como não podia deixar de ser, inicialmente por influência dos meus pais e pouco a pouco fui me envolvendo e me aproximando, também influenciado por outras pessoas próximas, de variados estilos e artistas. Há anos eu toco violão e canto, mas sempre era algo encarado como um passatempo, apenas pra alegrar amigos e me divertir. No entanto, no início deste ano eu decidi começar a compor, ou seja, ousadamente assumi o desafio de criar as minhas próprias músicas e, mesmo sem ter claro os objetivos naquela ocasião, entendo, que já estavam lá as sementes para a consolidação do lançamento do meu primeiro álbum: “O inevitável amor”, ao todo são 12 canções, todas de minha autoria, sendo uma realizada em parceria com meu irmão, que por sinal é uma grande artista, chamado Felipe Fonseca.
FMG: Quais as suas principais influências?
 MF: Como mencionei na pergunta anterior, eu posso lhe dizer que tive várias influências. Ouvi e ouço um pouco de tudo, especialmente música brasileira. Gosto da jovem guarda, da bossa nova, de Cartola, Chico Buarque, Caetano, Gil, Raul, Rita Lee e por ai vai (risos). Recentemente ando curtindo muito música clássica e artistas latinos, cantores como Daniel Viglietti e Silvio Rodríguez. Mas, como influência direta ao meu trabalho, posso citar a musicalidade dos anos 80, sobretudo na figura de Frejat e Cazuza, estes são os meus favoritos. Mas, se você se atentar ao estilo do meu “O inevitável amor”, provavelmente você verá um pouco do Leoni, do Kiko Zambianchi, estes últimos, por exemplo, são os caras que mais tenho acompanhado e observado, principalmente no que diz respeito a produção, composição e por ai vai.
FMG: Quais as temáticas de suas músicas e de onde você se inspira?
MF: O meu álbum é rigorosamente uma obra romântica. Todas as canções expressam o amor, ora mais explícita, ora mais sutilmente. Isso foi proposital. Minha inspiração são as ocasiões corriqueiras do dia a dia, de onde tento extrair a leveza da vida, as emoções e algumas lições. Muito embora, sendo franco, não intenciono levar uma “mensagem” para ninguém. As músicas e suas intencionalidades são as mais simples e despretensiosas.
FMG: Como é seu processo de composição? Há uma inspiração que bate ou é algo construído com tempo?
MF:  Essa pergunta é muito interessante! Confesso até que tenho bastante dificuldade em lhe responder. Primeiro, em virtude da inexperiência e depois pela complexidade da pergunta. Mas, no meu caso todas as canções nasceram de um modo muito parecido. Pra começá-las eu sempre busquei a musicalidade, o ritmo, a melodia e só depois de concluída essas etapas é que elaborei os textos. Portanto, a música veio antes da letra em todas as canções. Sobre a inspiração, ao imaginar situações , fantasiar casos, certamente as misturei, ainda que sem querer ( ou não! risos!), às minhas experiências vividas. As composições, a meu ver, transcorreram relativamente com uma certa rapidez. Tirando a faixa “Dentro de nós dois”, que levou dois dias e a composição “A Lua”, feita em parceria com meu irmão Felipe Fonseca, esta por sinal levou alguns dias, todas as outras foram elaboradas, cada uma em ocasiões diferentes, mas quase sempre em questão de horas.
FMG: Teu show é bem intimista, você procura assim estar mais próximo do público ou faz parte do conceito musical?
 MF: Mais do que proximidade, busco um conceito musical mais dinâmico, onde o público possa interagir, cantando, declamando poemas e vivenciando de perto comigo a minha obra.
FMG: Como tem sido a reação do público e de seus alunos a este sucesso tão rápido?
 MF: Sucesso, eis uma “palavrinha complicada”, assim como outra: “fama”. Muitos me dizem: – sucesso! Mas eu sempre contesto: – Mais? Sabe, pra mim, todo o carinho já recebido, todo as palavras de apoio e a presença, seja mais intensa, seja mais próxima ou mais distante, de pessoas especiais, pessoas que convivem diariamente comigo, no caso, familiares, amigos, alunos, colegas, isso é mais do que qualquer sucesso que eu possa imaginar, é mais do que eu posso merecer. Eu já tenho muito, mais muito mais do que eu preciso e sonho, por isso, sou um privilegiado e só me resta aproveitar, curtir muito esse momento enquanto eu puder e enquanto ele durar. (risos)
FMG: Existe a ideia de ter uma banda te acompanhando?
MF: Essa questão me acompanha desde o início de tudo. Desde as primeiras apresentações até agora, tive a honra de conhecer e ter como Cia musical, pessoas e músicos maravilhosos. Já tive a gaita e os solos de guitarra de Luciano Galhardo, que atualmente integra a Banda “Dona Lela”; o percussionista Wesley Domicciano, um músico jovem com uma qualidade rara; e o meu último parceiro de palco foi o guitarrista, poeta e educador Daniel Carvalho, um cara simplesmente extraordinário, como pessoa, como artista, como educador! Ele é autor de uma trabalho que admiro muito, chamado “Versos e Controversos” (compilação de poemas feitos pelos alunos, algo inestimável pra mim!) Mas eu estou num momento de focar o meu trabalho solo, apenas eu, minha voz e meu violão, em busca de uma sonoridade e conteúdo básico e simples. Mas esses caras citados, certamente reaparecerão em projetos futuros, pelo menos eu gostaria muito, posso lhe garantir.
FMG: Falando com o educador, qual a importância da música na educação infantil e como estas suas experiências mudou a sua forma de lecionar?
MF: Fantástica questão! Na verdade, sua pergunta sintetiza o sentido do meu trabalho. Não me coloco como artista, sinceramente não me vejo assim, mas como um educador que experimenta a arte em seu ofício. A arte é fundamental não apenas para educação infantil, não apenas para todas as etapas da educação, mas, acima de tudo, para a vida no seu sentido mais amplo. Afinal, que mundo podemos vislumbrar, que ser humano podemos desejar, dispensando a importância de não apenas apreciar, mas vivenciar a arte, em todas as suas diversificadas linguagens e sentidos? A arte não apenas mudou e constantemente muda a minha forma de lecionar mas, mais do que tudo, a arte, e nesse caso não apenas a música, mas a literatura, a pintura, mudam cotidianamente a minha forma de viver.
FMG: Quais os planos futuros? Investir na carreira de cantor? Ou continuar dividindo a música com a educação?
 MF: Meus planos consistem em prosseguir com os olhos mais compenetrados no meu presente que numa distante futuro. Mas se tenho que dizer sobre o futuro, posso lhe garantir que dificilmente me vejo fazendo algo diferente do que já faço, é muito improvável que eu saia da educação, pois nela eu me encontrei , conquistei e vivenciei um dos principais momentos da minha vida. Portanto, desejo continuar como educador, mas cada vez mais, um educador apaixonado pela arte, pela vontade de espalhar a música e a poesia por aí a fora (risos!)
FMG: Quais foram as pessoas mais marcantes nesta tua trajetória até aqui?
MF: Meu grande amigo e colega de trabalho Jorge Correia, responsável por me auxiliar na parte técnica, principalmente com as filmagens dos primeiros shows. Devo muito a ele!
Outra pessoa incrível, os fotógrafos Michele Carvalho e Jose Geraldo Souza, este último autor da foto que se tornou a capa do meu álbum, ambos maravilhosos!
E aqueles que abriram solidariamente seus espaços para eu me apresentar… a Cantina L’Italiano; a Cafeteria Vovo Lela.. e em especial ao meu grande amigo e parceiro Sergio Cardoso Silva, que gentilmente abriu a sua Confraria “Santa Confraria” e vem me apoiando em tudo! Nenhum deles me cobrou um centavo serei eternamente grato.
Acrescento pra terminar o percussionista Caio Ferragini, um músico completo! E agradeço a todos os amigos, aos familiares e colegas e especialmente ao meu irmão Felipe Fonseca pela responsabilidade em criar a minha pagina e produzir todo o meu álbum.

Ouça aqui o disco:
Por: André Bona

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