ENTREVISTA COM O DUO DE ROCK CURITIBANO "NAOME RITA"






FANATIC MEDIA GROUP: Como surgiu a ideia de formar uma banda? Quando foi? Quais os atuais integrantes? Fazem ou fizeram de alguma outra banda antes?

NAOME RITA: Nosso primeiro ensaio foi em meados de 2014. Fomos chamadas para banda porque eramos amigas dos outros integrantes na época. Éramos quatro, Porem apenas nos vestimos a camisa da banda(literalmente também) e resolvemos encarar todas as dificuldades de se ter uma banda underground , ou melhor um duo. Hoje resistimos com muito orgulho, Sisie Soares e Ivy Sumini.
(Ivy)Tive algumas bandas que não deram certo antes da Naome Rita, acho que nunca deram certo porque a ideia era tocar cover e cover é chato e me atrasa a vida, bem melhor criar coisas novas. E sempre quis ter uma banda, desde os 15 anos, uma hora deu certo.
(Sisie)Eu ja toquei com muita gente nesses anos todos , sempre persistindo , se frustrando ao ponto de renunciar da musica, mas a vontade de estar tocando, produzindo musica foi mais forte.


FMG: Como chegaram ao nome da banda e o que significa?

NOME RITA: Ivy Sumini -  Sisie explica melhor isso.
Eu Sisie tenho uma amiga a qual  sempre conversavamos  em cacofatos,  junção de palavras que soam como outras. Por exemplo
Ex.:
Ela tinha (latinha)
Por cada (porcada)
Boca dela (cadela)
e numa dessas acabou saindo Naome Rita(não me irrita).
Como estávamos procurando um nome pra banda fizemos um enquete com alguns nome, Naome Rita não ganhou, mas acho que convenci o resto da banda que Naome Rita tem mais a nossa cara do que Sasha Grey. mas nossa próxima banda vai se chamar Sasha grey


FMG: Quais as principais influências de cada um da banda e como elas são trabalhadas no estúdio?

NAOME RITA: (Sisie) L7,Babys in Toyland, SOAD, Kittie, servem como um leque bacana de inspirações para se trabalhar na hora de criar nossas composições.
(Ivy Sumini) Green Day, Bad Religion, Nirvana, acabo usando as referências dessas bandas como influências para as melodias que componho.


FMG: Quais são os ídolos de cada uma?

NAOME RITA: (Ivy) Grag Griffin vocalista do Bad Religion, Billie Joe do Green Day, , Chris #2 baixista do Anti Flag.

(Sisie )O tropicalismo das baquetas de Vera Figueredo, o metal da Mercede Landers,o blues da Sister Roseta a energia do Travis Barker, e presença doTim Commerford e suas respectivas bandas.



FMG: Quem escreve as letras e quais os temas abordados?

NAOME RITA: Desde que a banda começou tem composições nossas, inclusive de colaboração mutua. o tema varia muito mas encaramos todas as composições como forma de não conformismo. Os temas são diversificados, falamos desde violência policial, falta de lucidez de algumas pessoas que encontramos por ai, o violência contar a mulher, veganismo ate aquela tupperware que nunca é devolvida.


FMG: Como tem sido a recepção do público ao trabalho da banda? Tem surpreendidos vocês?

NAOME RITA: A gente esta sempre tocando, onde quer q chamem, as vezes nem é um publico que vai gostar do nosso som, mas a gente faz pelo rolê, e mesmo assim o feedback tem sido positivo. Faz bem essa mistura. Acho que quem se surpreende mais é o publico, que não espera duas gurias magrelas subam no palco e façam o tal do rock and roll irreverente.


FMG: Curitiba é conhecida como uma capital Rock, isto se reflete em uma cena underground forte e unida?

NAOME RITA: Acho que esse titulo  não contempla músicos umdergorund, que estão a margem do mainstream , talvez contempla pelo numero números de show de bandas gringas aqui, ou pelos  tantos lugares com shows de bandas covers. Acho que houve um tempo que essa união existia e dava lucros. Rola uma parcela de união sim, não posso dizer que não. Mas também vejo Curitiba mais como um sistema de feudos, cada um cuida do seu terreno e de sua panelinha, sempre foi assim e é complicado mudar, mas temos evoluído legal de uns tempos pra cá.


FMG:  A banda acabou de lançar seu primeiro trabalho, Tropical Punk. Como é tocar punk em um país tropical?

NAOME RITA: Primeiro trabalho dessa fase, já havíamos lançado um ep em 2014 mas era um outro role. O tropical Punk é o resultado de muitas influências da nossa cultura. Foi como fazer um drink no liquidificador, a base pode ser o punk/grunge no instrumental e na forma de protestar das letras, mas ate instintivamente a gente acaba acrescentando influencia e estilos de diferentes lugares do Brasil. Estamos num pais tropical de ritmos variados, seria um desperdício não usar essas influencias para passar nossas mensagens nas musica. O rock do sul tem seu diferencial assim como o rock do nordeste.


FMG: Como foi o processo de gravação deste disco, alguma música foi feita no estúdio ou já entraram com todas prontas? Quem produziu e onde foi gravado?

NAOME RITA: Algumas musicas já tocávamos nos shows, outras ainda não. No estúdio foi feita a intro do Ep “Tropical Punk” Eu queria que tivesse uma 'cumbia a la brasileira' e alguém apresentado a  gente, como vemos em muito programas de auditório taxativos. Ai só foi preciso chamar um amiga que fala espanhol(argentino) A Angie Ramms que comprou a ideia e encarnou um personagem que casasse com a letra.
‘’Bostas Fididas’’ fizemos num sábado e gravamos no estúdio na segunda, a faixa 1 " Produzido por nós mesmas, gravado e mixado no "O beco estúdio" por Ivan Pelicciotti, e masterizada em Colombo por Gio Fergom.


FMG:  Existem planos para lançar este trabalho por algum selo ou distribuí-lo de forma independente por todo país?

NAOME RITA: Geralmente fazemos tudo nos mesmas, contatos de show, divulgação, e os selos independentes que acompanhamos, estão no eixo Rio SP. no nordeste também , geralmente priorizam bandas de lá que são muitas. Mas provavelmente lançaremos algo com o selo Efusiva também.


FMG:  O Paraná, mais precisamente Curitiba, nunca chegou a ter uma banda de Rock no mainstream nacional. A falta de um grande ídolo atrapalha a visibilidade ainda maior da cena?

NAOME RITA: Na verdade Curitiba tem grandes bandas,  Relespública e Sugar Kane são exemplos disso, pelo menos no underground. São bandas que onde quer que toquem enchem a casa, Sugar Kane gravou DVD de 20 anos em agosto em Curitiba, foi foda. Talvez a questão sobre bandas curitibanas seja que o mainstream não nos enche os olhos, tem coisa mais importante por ai.


FMG: O quanto a cultura de bandas de cover atrapalha a cena e dificulta o acesso de locais para tocar?

NAOME RITA:  Acho um saco falar sobre cover x autoral... E acho que o termo "autoral" nem deveria ser utilizado, só tenho uma banda e faço musica, isso é tudo. A gente tem que fazer nosso espaço. se o lugar, bar não esta aberto para bandas autorais, a gente acaba se reunindo e fazendo festivais onde conseguimos, sempre tem um estabelecimento que abre as portas de coração sempre tem um amigo que abre as portas de sua casa pra s bandas tocarem. Se não, a rua é de todos.


FMG: Como a banda vê o cenário de Rock, mais precisamente de Punk, no Brasil e no mundo? Está havendo uma renovação que fortaleça ainda mais o estilo?

NAOME RITA: O fato é que o punk rock mudou bastante, a sonoridade evoluiu, isso é bom. Existe ainda quem mantenha a sonoridade clássica e tudo mais, mas acho legal as mudanças que  tem acontecido, da pra agradar diversos ouvidos. Mas Como a gente não se liga só no cenario punk da musica, é impossível não comparar com os outros e ver que tem muita banda trazendo algo diferente, mesmo se tratando do famigerado punk. porem a maioria não tem acesso ao grandes meios de  divulgações, e nem tem pretensão de ter. Ai fica mais difícil ver essas nova safra no punk. Mas acho que é essa escassez de vulgarização é que faz o punk ainda persistir.


FMG:  Quais os próximos passos da banda? Pretendem tocar em outros estados?

NAOME RITA: Esse ano ja tocamos parte do EP no interior de PR e dia 23 setembro tocaremos em São Paulo no À Beira do Caos. Em fortalecimento ao Tributo à Bulimia. Que vai ser muito importante pra gente participar . Ate o final do ano pretendemos levar nossas carcaças para SC também.


FMG: O interior do Paraná é uma opção para uma banda independente de Rock?

NAOME RITA: (Sisie)É e muito com todas as bandas que toquei é impressionante a recepção e reconhecimento da galera lá. Já na região metropolitana, onde adoramos tocar, percebes-se uma valorização de bandas independentes.
(Ivy) Em Ponta Grossa nosso ultimo show foi bem legal, que rolem mais.


FMG: Deixem aqui os contatos da banda para quem quiser conhecer, o site, páginas das redes sociais, onde baixar e comprar o disco.

NAOME RITA: Você pode sentir desde as nossas musicas mais novas ate as mais clássicas por aqui

Soundclound: 
https://soundcloud.com/naome-rita

Youtube
      Clip Ai que Gostoso https://www.youtube.com/watch?v=Z8eff0Awbe4
FMG:  Mandem uma mensagem para os leitores do Fanatic Media Group.

NAOME RITA: Se você leu isso até aqui você é muito legal e bacaninha, parabéns! Acho que agora deve entrar no Spotify e ouvir nosso disco "Tropical Punk" , já aproveita e compartilha com os amiguinhos e com os não amiguinhos

Abraços e Obrigada!








Por: André Bona