Rockeiro brasileiro conquista a Europa com sua música eletrônica. Conheça Ash Rexy.

2013-10-13 00.04.27
Fanatic Media Group: Eu queria fazer um resgate desde o seu início na música. Você lembra quando começou a se interessar por música e se teve uma alguma que o fez despertar para querer seguir essa carreira?
Ash Rexy: Eu acho que tinha uns 14 anos de idade, meu pai tocava violão e eu decidi aprender, ele ficou bem feliz por um tempo achando que eu iria tocar MPB e tal porém eu rapidamente migrei para a guitarra elétrica, comecei a tocar rock/metal, depois fiz aulas de canto e de piano. Sempre adorei música, principalmente a parte da performance ao vivo. É uma energia mais viciante do que qualquer droga!
FMG: Quais foram as bandas que você tocou no Brasil e você participava do processo de composição das músicas?
AR: Meu professor de canto tentou me colocar em umas bandas underground de Campinas mas eu não me dei bem com nenhuma delas então falei com meus melhores amigos do colégio e formamos a nossa própria banda chamada Reckless. Todo mundo ajudava na composição das músicas e na produção/gravação era o batera D.C. quem comandava. Foi uma época muito legal.
FMG: Como foi a sua entrada no mundo da música eletrônica? Foi ainda no Brasil?
AR: O pessoal da banda sempre foi muito festeiro, costumávamos ir em vários festivais de musica eletrônica (chamava Rave na época, nossa como eu to velho) e tentamos incorporar esses elementos nas nossas produções. Sempre tive um pé no rock e o outro na música eletrônica, para falar a verdade. Gosto muito de ambas as cenas.
FMG: O seu nome artístico Ash R. tem algum significado? Como foi a escolha?
AR: Eu era novo e estava assistindo o filme “O Corvo” (o segundo filme, bem trash) e o corvo chama Ashe. Eu era branco que parecia um fantasma naquela época e eles acharam q eu era parecido com o personagem e o nome veio disso.
2013-04-06 - DJing 30
FMG: E como foi a decisão de sair do Brasil? Já existia algo estabelecido na Europa ou foi na cara e coragem?
AR: Fui na cara e na coragem. Uma das minhas tias morava em Florença e eu fiquei uns 2 ou 3 meses na casa dela, o que facilitou bem. Fora isso eu não tinha nada arranjado, sabia falar um pouco de italiano e só, tive que começar do zero mesmo.
FMG: A sua primeira cidade na Europa foi Florença, alguma relação ao mundo da moda? 
AR: Na verdade não, foi Florença simplesmente porque eu tinha família por lá e isso dava uma certa sensação de segurança, foi por acaso mesmo.
FMG: Atualmente você tem feito trilhas para desfiles de moda e até chegou a desfilar como modelo convidado. Como foi a entrada neste mundo e qual a diferença de uma trilha para um desfile específico?
AR: Pois é... esse tipo de coisa meio que me persegue. Foi tudo bem natural através de contatos mesmo, tem muita gente inventando muita coisa nas principais cidades europeias e as oportunidades aparecem para quem fica atento. A música depende muito da coleção e do conceito do estilista. Em uma ocasião a estilista queria vários temas de várias princesas da Disney e nesse caso eu só mixei mais músicas. Em outra ocasião, por exemplo, o estilista me deu liberdade para compor o que eu quisesse e nesse caso eu realmente produzi do zero todo um tema de 25 minutos para o show dele no Fashion Week. 
FMG: Como foi se estabelecer como um músico brasileiro no universo da música eletrônica europeia? Houve alguma discriminação no princípio?
AR: Cara, pra ser bem sincero, eu nunca sofri discriminação, viver de música é difícil em qualquer lugar, acho que o principal é se dedicar muito, nunca desistir e aprender a levar muito “não” na vida.
FMG: Nos conte a forma que você compõe as trilhas. As mixagens se formam antes na sua cabeça ou é na pick up, experimentando?
AR: A grande maioria das vezes eu só apareço, olho para as pessoas, para o ambiente e improviso tudo. Salvo algumas ocasiões em apresentações maiores ou com temas particulares, nesses casos eu normalmente faço a “lição de casa” e procuro organizar listas de músicas especiais para esses eventos. Com a experiência você acaba descobrindo qual música combina com qual e que efeito elas causam nas pessoas, depois é só aplicar esse conhecimento.
2013-04-06 - DJing 23
FMG: Você faz parte de uma banda de rock italiana chamada Dope Star Inc. Como surgiu o convite e como é ser um músico de eletrônico em uma banda de rock? Não gera conflitos de imagem e de agendas?
AR: O Dope Stars parou de tocar faz uns 2 anos, nossa última apresentação foi num festival super legal na Alemanha chamado M’Era Luna junto com o Nightwish, Rob Zombie e outros. Eu fui no estúdio onde o Victor (cantor do DSI) trabalhava para gravar umas partes de umas produções minhas com ele. Nos conhecemos ali durante aquela sessão de gravação e nos demos super bem imediatamente. No final do segundo dia de gravação ele me convidou pra entrar na banda. Não gerava conflito pois a banda tocava esporadicamente, dava pra conciliar bem a agenda.
FMG: Qual o processo de escolha de uma música para que você faça sua versão mixada?
AR: Muitas vezes é algo que eu quero tocar nos meus sets porém eu não acho nenhum remix que me agrade então eu vou e faço eu mesmo. Outras vezes é simplesmente uma música que eu gosto e me dá prazer tentar retrabalhar o tema.
FMG: Como é o relacionamento entre os artistas e o público de música eletrônica?
AR: Acho que hoje em dia, assim como qualquer outra coisa, é tudo baseado em rede social. O pessoal da cena eletrônica geralmente é muito aberto e pacífico, eu gosto bastante da vibe, a galera se perde na música!
FMG: A música eletrônica é muito relacionada com as drogas sintéticas, como você enxerga este problema? Prejudica de que forma a imagem dos eventos e do próprio estilo? Já sentiu alguma discriminação por isso?
AR: Infelizmente isso é verdade porém eu não acho que seja um grande problema. Isso é mais proeminente na cena techno underground, porém nos outros tipos de festas eletrônicas o uso existe, mas não é nada grave. Sinceramente não é algo que eu apoio porém eu respeito o direito de cada um de ficar muito louco caso queiram. Basta saberem se comportar pra não estragarem a festa dos outros.
FMG: O que diferencia os DJs de música eletrônica um do outro basicamente?
AR: Os DJs produtores são aqueles que fazem as próprias músicas e remixes, esses são fáceis de diferenciar por motivos óbvios. Já os DJs que simplesmente tocam músicas de outros artistas podem se diferenciar de várias formas, alguns tentam criar um estilo próprio baseado na seleção musical, outros desenvolvem técnicas avançadas de mixagem como scratchlive mashup que acabam marcando o estilo individual de certa maneira.
FMG: Existem vários estilos dentro da música eletrônica. Você poderia nos explicar basicamente qual a diferença entre eles?
AR: Cara... isso seria como tentar explicar qual a diferença entre os diversos tipos de Rock. Tem muita coisa mesmo, vai desde o pop eletrônico tipo Madonna até umas loucuras experimentais japonesas de Noize Music que é praticamente só ruído, chiado e distorção.
FMG: Tivemos há pouco tempo o suicídio do DJ Avicii, vítima de depressão, e que havia se aposentado dos palcos por excesso de trabalho. Como você enxerga esta questão?
AR: Foi uma perda grande pra cena como um todo. Tim foi um cara visionário e uma das figuras mais importantes na cena eletrônica dos últimos anos. Pelo que eu sei ele gostava muito de produzir e trabalhar no estúdio mas detestava se apresentar ao vivo e a vida na estrada acabou trazendo diversos problemas. Para ser bem sincero essa correria é normal, eu pessoalmente já cheguei a tocar mais de 250 vezes em um ano e muitos dos DJs famosos trabalham até mais, acho que o Skrillex chegou a tocar 300 apresentações no ano que lançou seu primeiro disco. Steve Aoki também é um dos que tocam de tarde em um país e de noite em outro, no mesmo dia.
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FMG: Você está lançando um novo single "Still Into You". Conte-nos a história desta faixa.
AR: A música sai dia 29 de Junho em todos os canais online, Spotify, iTunes, Amazon, Deezer, etc. É a minha melhor composição até agora, escrevi as letras uns 2 anos atrás baseadas num relacionamento que eu tive e a música ficou armazenada junto com várias outras ideias que eu tenho, até que um dia produzi um som que combinava e resolvi finalizar a música.
FMG: Como será o processo de lançamento da faixa?
AR: Vai ser online, como quase tudo hoje em dia. Já existe a possibilidade de pré-salvar a música no Spotify, assim ela aparece na sua lista automaticamente no momento que lançar. E para comemorar, estou sorteando um set de headphones BEATS, pra algum sortudo poder ouvir a música com estilo!
FMG: Quais os grandes festivais que você já tocou?
AR: Depende do que você considera grande. Com o Dope Stars toquei em algumas arenas em algumas ocasiões, geralmente fazendo abertura para alguma banda maior tipo Nightwish. Tocamos também em uns festivais muito legais na Alemanha como o M’Era Luna que junta umas 30 ou 40 mil pessoas. Como DJ eu toquei nos últimos 3 anos na Stockholm Pride Parade que é a maior parada de rua da Escandinávia e junta dezenas de milhares de pessoas. Alias, literalmente 2 horas atras, acabei de receber o convite pra tocar novamente esse ano, estou super contente... vai ser muito legal!
FMG: Você já tocou no Brasil como DJ alguma vez? Se não, sonha em tocar?
AR: Acredita que eu nunca toquei como DJ no Brasil?! Eu até fui atrás e procurei um pouco, mas a maioria dos locais toca sertanejo, que sinceramente não me agrada nem um pouco. Na real eu não fico muito no Brasil, quando vou é só de passagem para visitar a família mesmo. Claro que eu morro de vontade de tocar aí né, sou brasileiro 100%! Infelizmente ainda não aconteceu, mas quem sabe um dia!
FMG: Qual mensagem você deixa nossos leitores do Fanatic Media Group?
AR: Queria primeiro de tudo agradecer a todos os leitores e também a você, André, pela oportunidade! Acho bacana dividir um pouco da minha experiência. Muita gente no mundo das artes no Brasil tem uma ideia errada de como é a realidade na Europa, aqui tem que ralar muito também! Parabéns pelo ótimo trabalho que você tem feito!
Por: André Luiz Bona

Léo Mancini levando sua música para os palcos do mundo.

Leo Mancini 01
Fanatic Media Group: Gostaria de começar falando sobre “Love Reaction”, sua música autoral. Ela foi lançada depois de quase 20 anos de carreira. Houve algum motivo especial para gravar somente agora?
Leo Mancini: Na verdade, comecei mais cedo ainda, tenho mais de 25 anos de carreira. Eu sempre compunha para bandas de Heavy Metal, de rock, de hard rock... Na época eu tocava no Tempestt, mas tive bandas antes.
Por exemplo, o primeiro CD do Tempestt, “Bring ‘Em on”, foi finalizado em 2006. Só que a gente vem compondo deste 2001, 2002... Os arranjos fomos fazendo com tempo, porém cerca de 90% das músicas, melodias e letras são minhas.
Esta música eu comecei a tentar fazer alguma coisa na linha acústica, pois depois de um tempo fazendo o projeto “Acoustic Hits”, com as releituras, pensei em começar a fazer alguma coisa autoral.
A música saiu em inglês e chama-se “Love Reaction”. Eu escrevi para a Paula, minha esposa.
Fazer em inglês foi muito legal, com muita aceitação. Teve mais de 260 mil execuções no Spotify e agora estou compondo mais quatro músicas. Vou gravar o clipe e vou lançar um single de cada uma delas.
FMG: Há uma diferença de estilos entre seus cds acústicos e sua participação como guitarrista no Shaman/Noturnall. Como surgiu a ideia de abrir mão dos amplificadores?
LM: Eu comecei tocando guitarra, comecei bem novo, queria ser guitarrista de banda, inclusive fui bastante.
Mas como tinha os amigos que tocavam em pubs e barzinhos, eles me convidaram para fazer alguns acústicos.
Nessa época, não era nem 2000 ainda, provavelmente era 96, 95, não tinham muitos shows acústicos ainda, então a gente fazia shows neste formato.
Tínhamos um trio que chamava “Acoustic Company”, que fazia várias releituras. Eram 3 violões, e de vez em quando fazíamos 2 violões e baixo.
Nisso comecei a tocar à noite e gostava bastante, desde cedo eu comecei a fazer isso.
Depois veio o Tempestt, a gente tocava na noite fazendo Classic Rock, em seguida virou uma banda autoral.
Depois do Tempestt veio o convite para o Shaman que em seguida se tornou Noturnall.
Durante o Shaman, eu fui convidado a gravar um cd de releituras. Na verdade eu não queria gravar, pois eu falava que era guitarrista, não era frontman, só que o pessoal da gravadora me convenceu e eu gravei esse cd. E felizmente a Som Livre se interessou, este cd foi lançado em parceira com a Som Livre e depois minha carreira no acústico começou a vingar mais do que o Metal, pois começaram a me chamar para eventos, coisas bem bacanas. Eventos corporativos, eventos sociais, o que começou a movimentar bastante esse meu lado acústico.
E é muito mais fácil pegar o violão e ligar direto na mesa de som do que ligar a guitarra no pedal, pedal no amplificador, amplificador no microfone. E aquela barulheira, todo mundo tocando alto pra caramba.
Estou ficando velho né? (risos). Brincadeira, eu gosto muito de tocar guitarra.
FMG: Já que citamos o Shaman, como surgiu o convite para participar da banda? Lembrando que os fãs do Metal brasileiro muitas vezes não aceitam mudanças, houve uma boa recepção dos fãs?
LM: Eu estava acabando de finalizar o cd do Tempestt para lançar. Aí o Thiago Bianchi, que eu já conhecia pois tínhamos feito alguns trabalhos juntos, já tinha gravado no estúdio dele e tínhamos feito algumas parcerias, falou que o Ricardo Confessori estava querendo remontar a banda, e queria juntar um pessoal.
Na verdade o Thiago ia ser o produtor da banda, não ia ser nem o vocalista. Neste processo, começaram a acessar alguns músicos, guitarristas, quando o Thiago me falou: "Leo, você não quer fazer um teste?".
Respondi que estava tocando Hard Rock, que não era metaleiro. Sou do Hard Rock, toco coisas mais do estilo Whitesnake, Van Halen.... E o Metal Melódico, Power Metal, apesar de gostar de muitas coisas de Power Metal, não era a minha especialidade.
Mas como eu gostava do trabalho do Shaman, tinha um respeito pela banda, e gostava muito do Ricardo tocando, ia ser um prazer tocar com ele. Acabei estudando umas músicas , inclusive umas músicas do Angra, que fazia parte da audição.
Fui lá fazer o teste. Fui ficando, eles foram gostando, aí fiquei. Lançaram o primeiro cd da formação, realmente o pessoal teve 40% de aceitação, 40% rejeitou e 20% em cima do muro, do tipo "ah, legal, não sei".
E você tem razão, foi um período difícil , porque a banda era uma banda muito boa mas realmente eram 3 membros diferentes. Então logicamente não dava a mesma sonoridade. A sonoridade e a produção também, porque a produção era do Thiago, toda feita por ele. Então o que tinha lá era a mediação do Confessori, que estava acostumado com o trabalho da banda.
O Confessori mediava mais ou menos como que o arranjo soaria para os fãs. Acabou sendo uma experiência muito legal, porque quando a gente ia fazer show o pessoal passava a respeitar a banda, porque eram músicos muito bons e a gente se dedicava bastante no show.
Mas essas coisas foram mudando, então no segundo cd , nos dvds que a gente fez, a gente tinha uma aceitação bem melhor. Já tínhamos mais de 70% de pessoas aprovando, e uns em cima do muro e tal, mas sempre tem o grupinho que não gosta de mudança. E eu respeito pra caramba, porque a primeira formação era genial , o primeiro trabalho do Shaman era animal. Gosto demais dos caras, conheço os caras, respeito muito e foi um prazer estar na banda, fazer parte desta história.
Leo Mancini 02
FMG: O cd Acoustic Hits 2 conta com participações da cantora Deborah Blando e de Saulo Vasconcelos. Como foi realizada essa escolha?
LM: Eu trabalhei com a Deborah um tempo, nós viramos amigos. Trabalhei com ela em 2013 e em alguns shows que a gente fez.
Era uma fase que ela estava trabalhando com música eletrônica, guitarra e percussão. Nós fazíamos um show muito louco e nos tornamos bem amigos.
Ela é uma super artista, uma grande cantora e eu quis chama-la para o meu cd. Ela aceitou na hora, gravou “Woman in Chains”, um trabalho lindo aqui em estúdio, ela detonou.
Essa música foi a que eu demorei mais tempo para fazer a edição, porque o “Accoustic Hits 2” fiz toda a parte de gravação, engenharia de som, mixagem, masterização... Essa música realmente eu acho que foi a que me deu mais trabalho. Quando digo trabalho, na verdade me refiro que fico criando, escutando “coisinha” e cada hora que eu escuto uma coisa eu quero mudar. Então, com a Deborah foi assim. Eu ficava escutando a música e "não, essa parte tem que ficar... A voz tem que ter... Essa palavra tem que ficar mais forte". Aí aumentava aquela palavra. "Não, essa palavra ela canta muito forte, vou abaixar um pouquinho. Não, essa parte eu cantei muito forte, vou abaixar". Então eu ficava controlando cada volume de sílaba. Para chegar onde eu queria, demorou bastante. Foi lindo!
Já o Saulo é meu irmão , nós nos conhecemos há bastante tempo, porque ele é muito amigo da minha esposa, da Paula, e a gente virou irmão. É um cara que eu respeito, tem uma voz incrível . O cara é gênio, sempre um prazer estar com o Saulo no palco, uma super honra. Tenho um projeto com ele chamado "Sharing voices", no álbum gravamos aquela música que todo mundo pede nos shows de banda cover, que é a música do Talking Heads, Psyco Killer.
Resolvi fazer uma versão diferente, falei assim: “Ah vou falar para o Saulo fazer a parte em francês, só que em ópera”. E ele chegou 9:00 da manhã aqui e cantou aquilo daquela forma. Para você ver o naipe dele, canta para caramba!
FMG: Já que citamos escolhas.... Qual artista você gostaria que participasse de alguma música que você já gravou? Por quê?
LM: Eu conheci o Thiago Abravanel, nós participamos juntos de um "Sharing Voices" que a gente o convidou e ele aceitou.
Ele veio cantar com a gente, com uma energia incrível, uma voz fantástica, uma alegria.... Além de ser um super performer no palco, ele domina.
No começo desse ano eu fui convidado para participar em um festival em Cunha, com vários convidados, e eu era um deles.
Tinham convidado o Ed Motta, o Thiago Abravanel e eu. Eram 3 dias de shows com várias bandas e cada banda convidava um artista. Novamente eu assisti o show da banda Big Time Orchestra, com uma participação do Thiago Abravanel. E ele arrebentou. Depois conversamos no Backstage e falei "Cara, eu fiz uma música em português”. O Thiago gosta muito de cantar em português, em inglês ele tem um certo receio.
Como eu tinha feito uma música em português, que não é uma coisa muito natural para mim, mas saiu desta forma, mostrei para ele e ele curtiu. Quero chamá-lo para ver se ele aceita gravar comigo. Eu acho que vai rolar. É isso aí!
FMG: Como foi a experiência de trabalhar com Alírio Netto e Lívia Dabarian no musical Freddie Mercury Revisited?
LM: Foi muito bacana, um projeto de muita responsabilidade. Estamos apresentando uma banda que é o Queen, uma das nossas influencias.
É uma banda que todo mundo respeita, o pessoal que gosta de Queen , gosta de música boa. Normalmente o pessoal que vai lá é para ver algo de alto nível e stávamos em 5: o Alírio e a Lívia, que são grandes cantores, foram os protagonistas do "We will rock you - O musical" aqui no Brasil. E agora o Alírio foi chamado para ser o vocalista do Queen Extravaganza , para você ver o naipe do artista que ele é.
O Queen Extravaganza é a banda tributo oficial do Queen, tanto que é anunciada na página do Queen. Na página oficial, quando você vai na web page, estão as datas do Queen Extravaganza.
Foi muito bacana, nos empenhamos muito, tinha o Juninho Carelli no piano, o Fernando Quesada na percursão, violão e baixo, e os dois cantores, Alírio e a Lívia.
Eles fizerem dois shows assim, em teatros grandes, primeiro fizeram no teatro Bradesco, depois me chamaram para entrar no projeto. Realizamos uma nova apresentação no Teatro Bradesco, agora com 5 integrantes, e também nos apresentamos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que foi sensacional, estava lotado. Agora tivemos que dar uma pausa porque o Alírio está nesta turnê com o Queen Extravaganza, talvez a gente retorne outros trabalhos no final do ano ou no começo do ano que vem.
Leo Mancini 03
FMG: Quais são seus novos projetos?
LM: Tenho vários, eu não paro de criar projetos, estou até ficando doido. (risos)
Eu tenho um projeto chamado "Redneck Rock", que tem uma formação de contrabaixo acústico com o Neymar Dias, que também faz vocal e backing vocal, banjo americano, estilo country , com o Edson Moreira que canta também, e eu faço violão e voz.
Fazemos releituras de músicas que vão desde Beatles, passam por Deep Purple.... Tudo nessa formação que fica bem bacana, com uma sonoridade bem legal. Fizemos agora alguns shows e vamos fechar mais.
Tenho mais um show que eu não posso divulgar agora, mas é um show grande para caramba, em um teatro grande, com dois amigos conhecidos. Tem um conhecido mundialmente, que eu não posso falar agora, mas futuramente posso divulgar, além do meu projeto solo, que estou lançando agora essas quatro músicas.
Serão lançadas uma de cada vez, e provavelmente vocês vão ouvir na Alpha FM. Fora isso, também tenho um trabalho do Tempestt que está parado desde 2009. Estamos com um cd quase pronto e como cada integrante está fazendo várias coisas, pois o pessoal do Tempestt também toca em outras bandas, inclusive de outro país, ficamos nos encontrando de tempos em tempos pra andar mais um pouquinho o projeto. Espero que esse ano a gente consiga finalizar completamente o cd . Também estou preparando um show para o segundo semestre com o reportório dos meus dois “Accoustic hits”, vou fazer uma seleção do melhor deles, e incluir uma sessão de cordas, com piano e percussão também, como foi a gravação mesmo. Vou fazer o arranjo na veracidade, como foi composto, para o segundo semestre.
Por : Priscila Velasco e André Bona

A rock opera about The Little Prince? Riccardo Romano tells us about it.


Fanatic Media Group: Let’s start with the beginning of your career. How did you start with music? Were there any inspiring people who led you to take this direction into the music business?


Riccardo Romano: I think I decided to become a musician at the age of 12. My school used to organize small concerts at the end of the year, so one year I found myself playing the drums for a Europe song. At the end of the song I threw myself into a sort of solo and the whole school shouted my name at the same time, in the echo of the hall. I remember that I thought "This is the coolest thing that ever happened to me, I want it to become my life".
The music teacher was a fantastic man who taught us how to play songs that were popular on the radio at that time. I learned immediately that music could be fun.
Since then I always think that music is a game that must be taken seriously, or something serious that must be taken playing.

FMG: About RanestRane: It was your first band or did you participate in other bands before?

RR: I have played in many bands before joining RanestRane. A few years ago I had my band in which I sang, and for many years the voice was my main instrument. With my new album, in a sense, I'm back to the roots.


FMG: This band is inspired by classical cinema. How did the band choose the movies? How do you reach a consensus on topics like these?


RR: I have always been proud of the fact that we have invented a Cineconcerto formula that no one else does. Everything we write is perfectly synchronized with the movies and this requires many years’ work each time.
Every film we have chosen is part of a particular moment in our lives. For example we have chosen A SPACE ODYSSEY because we are all lovers of astronomy. NOSFERATU was our first work, and the idea was Daniele Pomo’s who loved that film very much. SHINING was chosen because we wanted to deal with a very strong and influential film.

FMG: “The Little Prince” is a very famous book. Did you expect this kind of acceptance around the world?


RR: Oh well, I have to say, absolutely I did not expect all this attention and affection from the people. The album is receiving so much support, and this rewards me for all the effort that was necessary to make it happen. I understood how much this book is popular and loved, and of course this helped my album a lot. I really wanted to write music at the level of Antoine De Saint-Exupéry's masterpiece.


FMG: How did you get the idea for this album? Could you tell us how were the recording sessions?


RR: A few years ago, I attended a theatrical show that contained some excerpts from the book. I came up with the idea of ​​writing a song dedicated to the Prince and the Rose. Hence INVISIBLE TO THE EYES was born. Later I felt the desire to write an entire work around it. It was a long journey that lasted several years. I wrote the songs on the album at different times in my life. "The King", "The Lamplighter" and other songs were written in 2012, some more recently, while the tracks with progressive rock inspiration are more recent. I remember that I have improvised a lot on the piano in the afternoon, then I would go running and take with me what I had recorded. In this way I chose the melodies of the record. I must say that in fact B612 turns out to be very heterogeneous perhaps also because it was created in a very articulate way. It has been recorded in several studios, and some musicians and singers have recorded their instruments and voices in their own studios.

FMG: You played lots of instruments (keyboards, Celtic harp, harmonium, guitar, acoustic bass) and also sang. Was it a challenge for you?

RR: I am a rather curious person, and probably curiosity was the first impulse that pushed me towards learning to play many instruments. Another reason was certainly the need to use a sound for an arrangement. I consider myself primarily a composer, and sometimes it happened that I bought and learned an instrument to use it in a song.


FMG: There are many special guests. What was the composition process? Did they help to write the lyrics and the melody?

RR: I mainly wrote B612 single-handedly – the music, the arrangements and the lyrics. But there were some exceptions. Steve Hogarth composed the melody of the voice for "The Snake" and also wrote the lyrics. Jennifer Rothery wrote the lyrics for "Letter" and Luca Grimieri contributed some melodies to the album.

FMG: The musicians fit perfectly into their characters, for example, Jennifer Rothery’s voice is perfect for the Rose. Could you tell us a little bit about how you choose the songs for the special guests?

RR: Some singers were chosen because I imagined them to be very suitable for the role. For example Jennifer for the Rose and Sonia Bertin for the Fox, I thought they could be perfect. For Steve Hogarth and Martin Jakubski it was different. My intention was to ask them to play a stimulating character and to push them to do something different than the things they're known for. Steve created a very dark and intense character, while Martin was an ironic bluesman. I am deeply satisfied with the result.

FMG: So let’s talk a bit about the Steve Rothery Band. How did the invitation come about?

RR: In 2014 Ranestrane opened three concerts for the Steve Rothery Band in Italy. I remember that I was very excited and proud because Steve is one of my favorite artists. During the soundcheck, while I was experimenting with the keyboards, I remember that the guys were watching me closely. A little later they told me that they decided to ask me to join them in that moment.



FMG: Are you working on a new project? Please let us know your next steps.

RR: For now, the thing I dream of the most is to bring B612 on tour as much as possible. I would like to create a real live opera in the style of Jesus Christ Superstar. I hope I’ll be able to organize all my commitments.

FMG: Could you send a message for our readers and fans?

RR: Best wishes to all readers of the FANATIC MEDIA GROUP, thanks to you for your attention and support. Passion moves everything, and it is the best resource we have.
Official website: http://riccardoromanoland.com/


Por: Priscila Velasco & André Bona

Uma ópera rock sobre o Pequeno Príncipe? Riccardo Romano nos conta sobre ela.




FANATIC MEDIA GROUP: Vamos começar a entrevista perguntando sobre o início de sua carreira. Como você começou a trabalhar com música? Há algumas inspirações que o direcionaram ao mercado musical

Riccardo Romano: Eu acredito que decidi me tornar um músico quando tinha 12 anos. minha escola costumava organizar pequenos concertos no final do ano, então em um destes anos me encontrei tocando bateria em uma música da banda Europe. No final da música eu fiz uma espécie de solo e aescola inteira gritou o meu nome ao mesmo tempo ao longo do corredor. Lembro que pensei: Esta é a coisa mais legal que já me aconteceu, quero que isto se torne a minha vida.
O professor de música era um homem fantástico que nos ensinou a tocar músicas que eram populares no rádio na época. Aprendi rapidamente que a música poderia ser divertida. Desde então eu sempre penso que a música é um jogo que deve ser levado a sério, ou algo sério que devemos jogar

FMG: Sobre o RanestRane, foi a primeira banda ou você já participou de outras antes?

RR: Eu toquei em muitas bandas antes de entrar no RanestRane. Alguns anos atrás eu tinha uma banda em que eu cantava, por muito tempo a voz foi meu principal instrumento. Com o novo álbum , em certo sentido, voltei às raízes.


FMG: Esta banda é inspirada em filmes clássicos. como a banda escolheu os filmes? Houve um consenso para decidir?

RR: Sempre fiquei orgulhoso do fato de ter inventado uma fórmula Cineconcerto que ninguém mas faz. Tudo o que escrevemos está perfeitamente sincronizado com os filmes e isso requer muitos anos de trabalho. Todos os filmes que escolhemos fazem parte de um momento particular de nossas vidas. Por exemplo, escolhemos UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO porque todos somos amantes da Astronomia. NOSFERATU foi o nosso primeiro trabalho, e ideia de Daniel Pomo, que ama muito esse filme. O ILUMINADO foi escolhido porque queríamos lidar com um filme forte e influente.

FMG: "O Pequeno Príncipe" é um livro muito famoso. Você esperava esse tipo de aceitação em todo o mundo?

RR: Bem, tenho que dizer, que em absoluto eu não esperava toda esta atenção e acarinho das pessoas. O álbum está recebendo muito apoio, e isto está me trazendo uma recompensa por todo o esforço para que ele fosse realizado.
Eu entendo o quanto este livro é popular e amado, e com certeza isto ajudou muito meu álbum. eu realmente queria escrever música ao nível da obra-prima de Antoine De Saint-Exupéry's.



FMG: Como você teve a ideia desse álbum? Você poderia nos dizer como foram as sessões de gravações?

RR: Há alguns anos assisti um show teatral que continha alguns trechos do livro. Tive a odeia de escrever uma música dedicada ao príncipe e a rosa. Por isto, nasceu a música "INVISIBLE TO THE EYES". Mais tarde tive o desejo de escrever um trabalho inteiro ao redor dela. Foi uma longa jornada qurou vários anos. Eu escrevi as músicas em diferentes momentos de minha vida. "THE KING", "THE LAMPLIGHTER" e outras músicas foram escritas em 2012, algumas são mais recentes. Lembro-me de ter improvisado muito no piano a tarde, então eu corria e levava comigo o que havia gravado. Desta forma, escolhi as melodias dos registros. Devo dizer que na verdade B612 acaba sendo muito heterogêneo, talvez também porque foi criado de uma forma muito articulada. Foi gravado em vários estúdios, e alguns músicos e cantores gravaram suas vozes e seus instrumentos em seus próprios estúdios.


FMG: Você tocou muitos instrumentos( teclados, harpa celta, órgão, guitarra, baixo acústico) e também cantou. Foi um desafio para você?

RR: Eu sou uma pessoa bastante curiosa, e provavelmente a curiosidade foi o primeiro paso que me impulsionou para aprender a tocar vários instrumentos. Outro motivo era certamente a necessidade de usar um som para um arranjo. Eu me considero principalmente um compositor, e às vezes, compro e aprendo um instrumento para usá-lo em uma música.



FMG: Há muitos convidados especiais. Como foi o processo de composição? Eles ajudaram a escrever as letras e melodias?

RR: Eu praticamente escrevi B612 sozinho, as músicas, os arranjos e as letras. Mas há algumas exceções. Steve Hogarth compôs a melodia da voz para "THE SNAKE" e também escreveu as letras. Jennifer Rothery escreveu as letras de "LETTER" e Luca Grimieri contribuiu com algumas melodias para o álbum.

FMG: Os músicos se encaixam perfeitamente em seus personagens, por exemplo, a voz de Jennifer Rothery é perfeita para a Rosa. Você poderia nos contar um pouco sobre como você escolheu as músicas para os convidados especiais?

RR: Alguns cantores foram escolhidos porque eu imaginei que eles são muito adequados para os personagens. Por exemplo, Jennifer como a Rosa e a Sônia Bertin como a Raposa, imaginei que poderiam ser perfeitas. Já Steve Hogarth e Martin Jaku bski foram diferentes. A minha intenção era pedir que escolhessem um personagem estimulante e criar algo diferente do que eles já são conhecidos. Steve criou um personagem muito escuro e intenso, enquanto Martin era um bluesman irônico. Estou profundamente satisfeito com o resultado.

FMG: Vamos falar um pouco sobre a Steve Rothery Band. Como surgiu o convite para fazer parte?

RR: Em 2014 o RanestRane abriu três concertos para o Steve Rothery Band na Itália, lembro-me de que eu estava muito animado e orgulhoso porque Steve é um dos meus artistas favoritos. Durante a passagem de som, enquanto verificava os teclados, lembro-me de que eles estavam me observando de perto. Um pouco depois, eles perguntaram se queria juntar-me a eles naquele momento.



FMG: Você está trabalhando em um novo projeto? Poderia nos contar?

RR: Por enquanto o que mais sonho é fazer o máximo de turnês com o B612. Gostaria de criar uma verdadeira ópera ao vivo no estilo Jesus Christ Superstar. Espero que esteja apto para organizar meus desejos.

FMG: Você poderia enviar uma mensagem para nossos leitores e fãs?

RR: Os melhores desejos a todos os leitores do FANATIC MEDIA GROUP, graças à sua atenção e apoio. A paixão move tudo, e é o melhor recurso que temos.


Site oficial: http://riccardoromanoland.com/



Por: Priscila Velasco & André Bona

English version

Fátima Taffo, irmã do guitarrista Wander Taffo, conversou conosco sobre os novos projetos que celebram a obra do músico.


Fanatic Media Group: O Projeto "Viva Wander Taffo" visa reunir todo o material do músico, além do relançamento de sua biografia. Como surgiu esta ideia?

Fátima Taffo: Desde que o Wander faleceu, em 2008, fiz alguns tributos para ele. Normalmente sempre essa primeira linha de guitarristas que tocam comigo. Alguns dos tributos que fizemos foram no SESC, no Bourbon Street e no antigo Woodstock, que anteriormente ficava no Morumbi.
O Wander tinha todo o material do Rádio Taxi editado, incluindo o último DVD produzido em 2005. Porém ele não tinha muita coisa da banda Taffo e da carreira solo, justamente da época que trabalhei com ele. Então eu resolvi reunir toda essa discografia feita no período da banda Taffo, cujas as letras na maior parte são minhas, que também é um trabalho meu.
Quis trazer isso de volta porque é algo que todo mundo sempre pede e eu sempre quis ter. E nesta época, que completa 10 anos que ele nos deixou, é um marco trazer a figura dele de volta.
A ideia surgiu no segundo semestre do ano passado. Nesse período que eu ativei e fiz o crowdfunding, tudo para arrecadar dinheiro. Mesmo contando com o nome dele que é super forte, não é fácil arrecadar dinheiro para este tipo de projeto.


FMG: No dia 10/05/2018 haverá um show tributo com uma série de convidados. Todos os músicos envolvidos tem uma grande importância na história de Wander Taffo. O que podemos esperar deste show?

FT: Todos os músicos envolvidos tem realmente uma grande importância na história do Taffo, com exceção da Lívia Dabarian que é a esposa do Alírio Netto.
O Alírio Netto é um vocalista incrível, que encontrei a partir do terceiro ou quarto tributo. Ele começou a fazer os vocais do tributo e sempre foi incrível. A esposa dele também canta muito. Como o Alírio assumiu este trabalho com o Stravaganza do Queen, ele sugeriu a Lívia para substituí-lo. Para mim foi um alívio, pois nunca contei com uma mulher cantando e ela tem uma voz possante e maravilhosa cantando rock.
Acho que será um ingrediente fantástico no show. Além dela, teremos o Maurício Gasperini que está sempre presente. Ele irá trazer estes sucessos mais radiofônicos, sucessos da grande mídia que o Wander participou.
Os meninos que tocaram com eles na primeira formação também participarão, os Busic. Edu Ardanuy, que é um grande guitarrista, também estará lá. Ninguém melhor do que ele para representar o Wander.
Teremos a participação de Demian Tiguez, do Fabio Zaganini, que inclusive é coordenador de baixo da EM&T, e do Marco Bavini, que era vocalista do Anjos da Noite e do Tork.
Ainda temos a banda Trezzy fazendo a abertura. Um show imperdível para quem gosta de rock, de um bom rock de qualidade.



FMG: Quais foram os critérios utilizados na escolha dos músicos que participarão do tributo?

FT: A escolha foi exatamente isso, quem tinha realmente uma ligação forte com o Wander. Conseguimos juntar de uma maneira bem harmoniosa os meninos do Dr. Sin, que desfizeram a banda há dois anos e ninguém acredita como consegui uni-los novamente.
Realmente eles estão juntos porque eles têm um talento imensurável e são muito bons no que fazem, eles tem uma harmonia de pensamento e de execução muito boa. O trabalho ficou fantástico! Além do Marcelo Souss, que não citei na resposta anterior, que é o tecladista da banda Taffo desde sempre, querido e sempre presente em todos os tributos e o Bavini, que também sempre acompanhou toda a trajetória da banda Taffo, sempre esteve perto e também participou de todos os tributos.
O Demian Tiguez e o Fabio Zaganini fizeram também alguns tributos e eles vêm junto para dividir um pouco as músicas, com excelente nível e qualidade.


FMG: Antes do falecimento de Wander Taffo, ele estava envolvido em algum projeto?

FT: Pouco antes de Wander falecer, ele queria retomar a banda Taffo. Ele morreu em uma quarta-feira, e na quinta-feira eu tinha ensaio. Seria o primeiro ou segundo ensaio, que contava inclusive com o Fabio Zaganini, Marcelo Souss e Cristiano Rocha. Ele estava procurando um vocalista, então iam começar a ensaiar a parte instrumental da banda Taffo.
Ele já tinha me dado algumas músicas, falado da gente voltar a fazer música junto. Tanto é que eu acabei fazendo: a última composição dele chama "Fecha os olhos". Eu já tinha feito uma letra, ele precisava inserir na música uma melodia e acabou falecendo antes de finalizar, e quem acabou fazendo isso foi o Mauricio Gasperini. Essa música "Fecha os olhos" é linda, está no trabalho solo do Marco Bavini e estará também no pen drive que a gente está fazendo para os fãs que apoiaram a campanha.


FMG: Em caso positivo, a renda do show será revertida para algum destes projetos?

FT: Este show, na verdade, não sei se vai ter uma grande renda. Um show em um teatro destes demanda um custo muito alto, estamos inclusive buscando patrocínio para ajudar nos custos.
A intenção mesmo é fazer um trabalho legal, nós vamos fazer uma filmagem deste show e queremos colocar esta banda na estrada, este que é o grande projeto.
Estamos fechando alguns shows pela frente e o projeto é, sempre foi esse: Resgatar o bom nível de música e de rock aqui no Brasil . Nós estamos também nos aliando a pessoas desta mesma visão de mercado, que querem trazer de novo o rock.
Para fazer isso precisamos de parceiras e de união. Estamos contando com gente que busca trabalho autoral, além de bandas que realmente podem acrescentar no cenário. Tanto é que estamos abrindo espaço para a banda Trezzy, que está junto com a gente neste evento. É uma oportunidade para começar este trabalho de trazer bandas de rock que realmente estão a fim de trazer trabalhos autorais, criativos e que acrescentem ao mercado musical aqui do Brasil, que está muito fraco.


FMG: Mesmo após o falecimento, Wander Taffo continua sendo um ícone da música e lembrado por todos. Existe algum segredo para esta longevidade?

FT: O Wander continua sendo um ícone da música e lembrado por alguns, pois muita gente não sabe quem é o Wander Taffo.
Em um país como o nosso, que realmente não dá a mínima para talentos como ele, esse é o trabalho árduo que eu tenho feito há muito tempo.
Quando que ele faleceu, eu vi no cemitério do Araçá mais de 1000 pessoas no velório. Aquilo me comoveu de uma tal maneira, porque eu não imaginava o quanto ele era querido... Ele recebeu coroas de flores de todos os segmentos do rock, como Rita Lee, Barão Vermelho, Titãs, Skank...
Todo o segmento do rock da época estava unido e todo mundo muito emocionado. Recebi vários depoimentos após a morte dele. Inclusive a intenção de escrever o livro biográfico foi para tentar resgatar mesmo essa figura dele como ícone, como realmente um divisor de águas no cenário do rock, um cara que incrementou demais o estudo da guitarra, que fez uma confraria entre guitarristas, que trouxe um monte de coisas boas para a música e que muita gente não reconhece, não valoriza. Ele às vezes não é citado em livros de rock, isto é algo que me impressiona.
Meu trabalho é esse, é resgatar a figura, o trabalho dele e o legado que ele deixou. Esta longevidade tem muito a ver com esse trabalho persistente que a gente tem de manter a figura dele viva, e não só por isso, pela própria marca que ele deixou. Acho que muitas pessoas foram contagiadas e tornaram-se músicos por causa dele. Tudo isso conta bastante, e viva Wander Taffo!


FMG: A EM&T é reconhecida hoje como a maior e melhor escola de música da América Latina. Inicialmente o projeto era desacreditado até pelo fiador. Como este sonho surgiu e tornou-se realidade? Encontraram muitas dificuldades?

FT: A EMT é uma super escola, eu sempre falo que quem está lá dentro está vivendo dentro do sonho do Wander Taffo.
Ele que sonhou, acreditou e buscou parceria para fazer isso juntamente com o Célio Ramos. E ele realmente imprimiu ali toda sua alma, toda sua vontade de que as pessoas pudessem aprender a guitarra e os instrumentos que são ensinados ali de uma maneira mais fácil e mais didática.
Ele mesmo teve que aprender na raça, o Wander não tinha nem vídeos dos caras tocando, nem nada, ele simplesmente tinha que deduzir como que os caras tiravam este ou outro som. Essa facilidade que hoje as pessoas tem para aprender era o sonho dele. Ele sempre foi muito generoso nesse sentido de ensinar, de trazer os melhores equipamentos para as pessoas, de mostrar como que a coisa podia ser feita.
Quando ele se associou ao Célio Ramos, que era um cara de visão e de propaganda, eles fizeram uma super escola com poucos recursos, porque como o nome do Wander alavancava muito, todo mundo confiava. Ele tinha muita credibilidade, então eles buscavam os fabricantes de instrumentos musicais como parceiros e falavam: "Precisamos fazer x salas de ensino de guitarras, com x guitarras, etc", e as marcas iam abastecendo a escola, colocando o nome na porta da sala de aula.
Eles foram fazendo essas parcerias e montando a escola que mudou o paradigma de escolas de música. As escolas de música eram conservatórios, eles trouxeram uma inovação. Todo mundo teve que mudar e seguir na mesma linha, para a escola não ficar esquecida no tempo. Foi realmente um divisor de águas, um cara avançado, um cara de vanguarda , um cara que, realmente como eu falo, não tem o reconhecimento devido. Estamos lutando para ele ter realmente esta marca dentro do cenário musical do Brasil.


FMG: No início dos anos 70, quando Wander Taffo iniciou a carreira, havia uma grande dificuldade para os músicos, tanto em termos de equipamento quanto de oportunidades de uma forma geral. Como a família reagiu quando ele seguiu a carreira artística? Houve apoio familiar?

FT: O Wander teve uma grande oposição do nosso padrasto que era contra ele ser músico, só que estava muito no sangue. Nossa mãe era cantora, foi cantora da Tupi durante anos, uma das maiores cantoras de jingles do Brasil. [Ela] fez quase todos os jingles da época e nosso pai também era músico, clarinetista e flautista da banda Regionais do Rego. A gente tinha isso muito impregnado no DNA, não tinha como fugir.
O Wander sofreu muita oposição do nosso padrasto, a ponto dele impedir que ele tocasse, e nós sempre apoiando. Minha mãe dando guitarra, incentivando, fazendo sempre essas coisas para ele não desistir. E realmente, essa preocupação do nosso padrasto é que ele não ficasse um cara sem muita função na vida, porque músico sempre foi muito marginalizado, imagina no início dos anos 70?
Mas ele foi sempre muito obstinado, sempre persistente. O Wander era um cara antenadíssimo, ele conhecia os melhores equipamentos, as melhores formas de você tirar o melhor som , os timbres... Você pode ver que o trabalho dele tem uma grande qualidade, um cara extremamente de bom gosto. Tudo isso era coisa dele e ele era muito antenado, sempre indo atrás das coisas mais modernas, do que realmente acrescentava o som da guitarra, além do feeling.
Ele falava que não adiantava você tocar pra caramba, ter toda a técnica do mundo se você não tivesse um feeling, alguma coisa que viesse de dentro para poder executar da melhor forma possível.


FMG: Há algum significado especial para o pen drive lançado no projeto ser em formato de rosa branca? Além de ser o nome de um dos álbuns, podemos ver esta imagem na coletânea.

FT: A rosa branca é um símbolo que a gente adotou a partir deste álbum chamado Rosa Branca. Se você notar, este álbum é muito diferente do Wander Taffo solo feito pela Warner.
Ele já vem com uma proposta de mensagens positivas... A gente teve uma repercussão muito grande, principalmente pelos jovens da época, que se sentiam bem com as letras. A música era uma coisa que realmente motivava a continuar em frente. Não seria um disco de autoajuda, mas um disco que realmente tocou o coração das pessoas e fez muito bem.
É uma forma de comprometimento que o músico tem que ter com a música que ele faz, você tem que atingir as pessoas diretamente no centro, não adianta você fazer elucubrações, ter uma coisa assim muito mental, estudada, muito lógica, muito incrivelmente apoiada pela crítica. Você tem que realmente fazer uma música que atinja o coração das pessoas.
As pessoas têm que se sentir bem, têm que aumentar a frequência de vibrações em que vivem e essa que eu acho que é a grande responsabilidade do músico. Então esses músicos quando fazem a música pelo mero mercado, para ter grana e não tem nenhum comprometimento com essa responsabilidade, eles realmente estão jogando a vida fora.
O músico tem que ter esse comprometimento , tem que ter essa vontade de acrescentar e de trazer coisas melhores para este mundo que a gente vive. Principalmente hoje em dia, basta ver o caos musical que a gente tem vivido aqui no Brasil. As pessoas não estão comprometidas com esse propósito de realmente sermos um canal de amor e de luz. E a rosa branca é bem esse símbolo de amor, de luz, de alegria que a gente quis e quer trazer para as pessoas. Trazer essa energia mesmo positiva para quem ouvir e puder ser tocado. Com certeza será.


FMG: Como irmã de Wander Taffo, poderia contar um pouco, na sua opinião, sobre qual o momento mais marcante na carreira dele?

FT: Um deles deve ter sido o sucesso de "Eva", que eles não esperavam. Foi uma música que rendeu pelo menos 300 shows em um ano, então todo mundo ali teve um avanço financeiro na vida.
Lembro que na época o Wander comprou um apartamento na cobertura , então deve ter sido um momento bem marcante esse sucesso com a música Eva, que todo mundo acha que é da Ivete Sangalo, mas vamos deixar quieto.
Um outro momento marcante que eu estava junto: O Wander era contratado da gravadora Warner e a Warner queria deixar a gente de molho mais um tempo para gravar outro disco, porém tínhamos todo o projeto do álbum “Rosa Branca” pronto. Quando enviamos para o pessoal da CBS, eles compraram a ideia no mesmo dia em que eles receberam a proposta. Ligaram para o Wander quando estávamos lá, o escritório era no apartamento dele na cobertura.
Quando falo cobertura não é para frisar, é que acabei de falar que ele tinha comprado este apartamento (risos). Ele já morava lá há um tempo, e o escritório também ficava lá.
Na hora que um dos diretores da CBS ligou dizendo que tinham adorado o projeto e estavam mandando 5 passagens para irmos ao Rio no dia seguinte, para assinar contrato, foi um momento muito marcante. A gente se jogou no braço um do outro, todo mundo se jogou no chão, um pulou em cima do outro, tipo aquelas comemorações de gol. Este daí foi um momento muito marcante, gravado na minha alma mesmo. Foi uma sensação, um sentimento delicioso e tenho certeza que para ele também foi.
E o outro com certeza foi ter conseguido concretizar um grande sonho de montar a escola. Esses três podem contar como os [momentos] mais marcantes: O estouro do Rádio táxi, a nossa Rosa Branca e a escola.


FMG: Através do Catarse muitos fãs colaboraram com o projeto, porém já foi encerrado. Ainda há a possibilidade de adquirir os itens?

FT: Claro, todos os produtos prometidos que estão na campanha do Catarse estarão a venda. Iremos vender online, neste show os itens estarão à venda e com certeza um monte de gente ainda poderá ter acesso a este material.


FMG: Quais são os próximos passos do projeto?

FT: Queremos fazer mais shows com a banda e continuar estimulando essas músicas. Quem sabe criando novas músicas, mas trazendo sempre a figura do Wander.
Acho que a banda vai sair com o nome Taffo de novo, porque o nome é meu também. Temos essa intenção de continuar com a banda, levando esse trabalho lindo e essas músicas incríveis executadas desta maneira bárbara com esse pessoal que está comigo.


FMG: Poderia deixar uma mensagem para os leitores?

FT: A mensagem que posso deixar é que não desistam nunca, porque a música não desiste de nenhum de vocês. Todo mundo que pode ser um canal, que pode estar acrescentando, que pode trazer coisas positivas para o mundo tem que continuar insistindo, persistindo obstinadamente como o Wander sempre fez. Principalmente quem lida com a música.
Eu acho que a música, como o Wander dizia, é a arte que mais nos aproxima do Criador. Porque como ela se espalha em ondas, a música é capaz de atingir muita gente.
Cada músico, cada pessoa envolvida com música tem que ter um comprometimento com a verdade, com a necessidade de trazer coisas positivas para o mundo. Então aqui através da música todos possam ser tocados da melhor maneira possível. E viva Wander Taffo!!!


Por: Priscila Velasco e André Bona

BRVTO AMOR está no ar.


Fanatic Media Group:  Como surgiu a ideia de formar uma banda de rock?

BRVTO AMOR: O guitarrista Dark Almeida já toca a algum tempo e depois que a outra banda que ele tinha que se chamava Papillon acabou ele decidiu continuar mostrando suas musicas de um jeito bruto de ser mas com melodias e letras que falassem de amor, daí a ideia de formar uma outra banda.

FMG: Porque o nome BRVTO AMOR? 

BA: A temática do nome da banda tem a ver com mostrar uma música direta, sem firulas, diamante bruto mesmo, distorcido, pesado mas que não deixasse de falar sobre o cotidiano, relacionamentos etc. Por isso o nome BRVTO AMOR. Em relação a grafia (o curioso "v" no lugar do que seria o "u") é porque quando fomos criar nossa page, o Facebook entendeu que o nome tinha algo a ver com conteúdo sexual, o que não procede, então decidimos utilizar a mesma estratégia de uma grande marca de relógios.

FMG:  Quais são as principais inspirações para a composição das músicas e quem compõe? 

BA: Geralmente guitarrista Dark Almeida vem com as melodias e harmonias já prontas, e as letras falam muito do cotidiano, de relacionamentos, de violência, de sexo, de drogas, de rock n roll e de tudo que nos cerca com muita crueza e sinceridade.

FMG:  O que vocês tentam oferecer como diferencial ao público?

BA: O que oferecemos ao público é um rock direto, sem muitas subjetividades. Nos preocupamos em o sentimento de cada composição ser passada da forma mais clara possível, seja nas melodias, nas letras, ou em nas próprias performances dos integrantes em cima do palco. Além disso com a chegada do Emanuel na nova formação entregamos ao público, mais teatralidade e interação em nossos shows. Se antes já entregávamos um show fiel ao nome da banda, hoje entregamos ainda mais brutalidade e sentimento quando subimos ao palco. Tentando sempre fazer o público se tornar parte do espetáculo e não apenas um audiência. 


FMG: Quais são os objetivos que a banda já atingiu e quais ainda esperem conseguir? 

BA: Alguns objetivos foram alcançados como distribuir nossa música no exterior mesmo cantando em português, o que é uma vitória, pois mesmo as pessoas não compreendendo o que estamos cantando a um feedback por conta do feeling da música. E nossos próximos objetivos e lançarmos nosso EP e continuarmos espalhando rock bruto para maior número de pessoas e locais possível.

FMG: O rock sempre foi o estilo musical favorito entre todos os integrantes?

BA: Com certeza. Todos os membros, apesar das aparências, são muito ecléticos. E isso se reflete em nossas composições. Entretanto, é o rock que nos arrebata e nos leva ao verdadeiro significado do que é sentir a música e ganhar novas perspectivas do que nos cerca, através dela.

FMG: Os integrantes são os mesmos desde o início da banda?

BA: Negativo. Como já citamos nas outras perguntas, temos o nosso novato dentro da banda, Emanuel. Ele entrou ano passado, sugerido pelo Thiago Locke, vocalista da Back in Drive, banda na qual ele era baixista na época. Fizemos alguns testes e aos poucos ele conquistou se lugar dentro da Brvto.


FMG:  Como surgiu a "Luz da meia noite"?

BA: "Luz da meia noite" é um letra que faz uma analogia entre a falta q luz do luar faz a uma pessoa e a falta que o amor de alguém faz, quando já não o temos mais.

FMG: Qual foi o show mais marcante nesse início de carreira?

BA: Um show marcante foi o no Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola em março de 2016 pelo fato de ser num teatro com acústica bacana iluminação etc e no Rock Experiente na sexta feira santa de 2015 pelo fato de ser na Lapa e pela data incomum. Nesses dois shows ainda não tínhamos o Emanuel nos vocais, então em consequência, o primeiro show da nova formação, também nos marcou.

FMG:  Uma mensagem para as pessoas que acompanham o trabalho de vocês?

BA: Só temos a agradecer por todo o suporte que esse pessoal tem dado. Desde do lançamento da "Luz da meia noite", recebemos feedbacks grandiosos e que nos emocionam e nos motivam a seguir essa estrada que sabemos que é difícil. Mas que com certeza, sem esse apoio, seria bem mais. E pedimos também que continue nos acompanhando, pois em breve teremos um novo EP, entre outras novidades. Forte abraço a todos esses brvtos e brvtas!

Prontinho, é isso. Deixarei também o link para as nossas mídias.






Por: Letícia Siepko