Rockeiro brasileiro conquista a Europa com sua música eletrônica. Conheça Ash Rexy.

2013-10-13 00.04.27
Fanatic Media Group: Eu queria fazer um resgate desde o seu início na música. Você lembra quando começou a se interessar por música e se teve uma alguma que o fez despertar para querer seguir essa carreira?
Ash Rexy: Eu acho que tinha uns 14 anos de idade, meu pai tocava violão e eu decidi aprender, ele ficou bem feliz por um tempo achando que eu iria tocar MPB e tal porém eu rapidamente migrei para a guitarra elétrica, comecei a tocar rock/metal, depois fiz aulas de canto e de piano. Sempre adorei música, principalmente a parte da performance ao vivo. É uma energia mais viciante do que qualquer droga!
FMG: Quais foram as bandas que você tocou no Brasil e você participava do processo de composição das músicas?
AR: Meu professor de canto tentou me colocar em umas bandas underground de Campinas mas eu não me dei bem com nenhuma delas então falei com meus melhores amigos do colégio e formamos a nossa própria banda chamada Reckless. Todo mundo ajudava na composição das músicas e na produção/gravação era o batera D.C. quem comandava. Foi uma época muito legal.
FMG: Como foi a sua entrada no mundo da música eletrônica? Foi ainda no Brasil?
AR: O pessoal da banda sempre foi muito festeiro, costumávamos ir em vários festivais de musica eletrônica (chamava Rave na época, nossa como eu to velho) e tentamos incorporar esses elementos nas nossas produções. Sempre tive um pé no rock e o outro na música eletrônica, para falar a verdade. Gosto muito de ambas as cenas.
FMG: O seu nome artístico Ash R. tem algum significado? Como foi a escolha?
AR: Eu era novo e estava assistindo o filme “O Corvo” (o segundo filme, bem trash) e o corvo chama Ashe. Eu era branco que parecia um fantasma naquela época e eles acharam q eu era parecido com o personagem e o nome veio disso.
2013-04-06 - DJing 30
FMG: E como foi a decisão de sair do Brasil? Já existia algo estabelecido na Europa ou foi na cara e coragem?
AR: Fui na cara e na coragem. Uma das minhas tias morava em Florença e eu fiquei uns 2 ou 3 meses na casa dela, o que facilitou bem. Fora isso eu não tinha nada arranjado, sabia falar um pouco de italiano e só, tive que começar do zero mesmo.
FMG: A sua primeira cidade na Europa foi Florença, alguma relação ao mundo da moda? 
AR: Na verdade não, foi Florença simplesmente porque eu tinha família por lá e isso dava uma certa sensação de segurança, foi por acaso mesmo.
FMG: Atualmente você tem feito trilhas para desfiles de moda e até chegou a desfilar como modelo convidado. Como foi a entrada neste mundo e qual a diferença de uma trilha para um desfile específico?
AR: Pois é... esse tipo de coisa meio que me persegue. Foi tudo bem natural através de contatos mesmo, tem muita gente inventando muita coisa nas principais cidades europeias e as oportunidades aparecem para quem fica atento. A música depende muito da coleção e do conceito do estilista. Em uma ocasião a estilista queria vários temas de várias princesas da Disney e nesse caso eu só mixei mais músicas. Em outra ocasião, por exemplo, o estilista me deu liberdade para compor o que eu quisesse e nesse caso eu realmente produzi do zero todo um tema de 25 minutos para o show dele no Fashion Week. 
FMG: Como foi se estabelecer como um músico brasileiro no universo da música eletrônica europeia? Houve alguma discriminação no princípio?
AR: Cara, pra ser bem sincero, eu nunca sofri discriminação, viver de música é difícil em qualquer lugar, acho que o principal é se dedicar muito, nunca desistir e aprender a levar muito “não” na vida.
FMG: Nos conte a forma que você compõe as trilhas. As mixagens se formam antes na sua cabeça ou é na pick up, experimentando?
AR: A grande maioria das vezes eu só apareço, olho para as pessoas, para o ambiente e improviso tudo. Salvo algumas ocasiões em apresentações maiores ou com temas particulares, nesses casos eu normalmente faço a “lição de casa” e procuro organizar listas de músicas especiais para esses eventos. Com a experiência você acaba descobrindo qual música combina com qual e que efeito elas causam nas pessoas, depois é só aplicar esse conhecimento.
2013-04-06 - DJing 23
FMG: Você faz parte de uma banda de rock italiana chamada Dope Star Inc. Como surgiu o convite e como é ser um músico de eletrônico em uma banda de rock? Não gera conflitos de imagem e de agendas?
AR: O Dope Stars parou de tocar faz uns 2 anos, nossa última apresentação foi num festival super legal na Alemanha chamado M’Era Luna junto com o Nightwish, Rob Zombie e outros. Eu fui no estúdio onde o Victor (cantor do DSI) trabalhava para gravar umas partes de umas produções minhas com ele. Nos conhecemos ali durante aquela sessão de gravação e nos demos super bem imediatamente. No final do segundo dia de gravação ele me convidou pra entrar na banda. Não gerava conflito pois a banda tocava esporadicamente, dava pra conciliar bem a agenda.
FMG: Qual o processo de escolha de uma música para que você faça sua versão mixada?
AR: Muitas vezes é algo que eu quero tocar nos meus sets porém eu não acho nenhum remix que me agrade então eu vou e faço eu mesmo. Outras vezes é simplesmente uma música que eu gosto e me dá prazer tentar retrabalhar o tema.
FMG: Como é o relacionamento entre os artistas e o público de música eletrônica?
AR: Acho que hoje em dia, assim como qualquer outra coisa, é tudo baseado em rede social. O pessoal da cena eletrônica geralmente é muito aberto e pacífico, eu gosto bastante da vibe, a galera se perde na música!
FMG: A música eletrônica é muito relacionada com as drogas sintéticas, como você enxerga este problema? Prejudica de que forma a imagem dos eventos e do próprio estilo? Já sentiu alguma discriminação por isso?
AR: Infelizmente isso é verdade porém eu não acho que seja um grande problema. Isso é mais proeminente na cena techno underground, porém nos outros tipos de festas eletrônicas o uso existe, mas não é nada grave. Sinceramente não é algo que eu apoio porém eu respeito o direito de cada um de ficar muito louco caso queiram. Basta saberem se comportar pra não estragarem a festa dos outros.
FMG: O que diferencia os DJs de música eletrônica um do outro basicamente?
AR: Os DJs produtores são aqueles que fazem as próprias músicas e remixes, esses são fáceis de diferenciar por motivos óbvios. Já os DJs que simplesmente tocam músicas de outros artistas podem se diferenciar de várias formas, alguns tentam criar um estilo próprio baseado na seleção musical, outros desenvolvem técnicas avançadas de mixagem como scratchlive mashup que acabam marcando o estilo individual de certa maneira.
FMG: Existem vários estilos dentro da música eletrônica. Você poderia nos explicar basicamente qual a diferença entre eles?
AR: Cara... isso seria como tentar explicar qual a diferença entre os diversos tipos de Rock. Tem muita coisa mesmo, vai desde o pop eletrônico tipo Madonna até umas loucuras experimentais japonesas de Noize Music que é praticamente só ruído, chiado e distorção.
FMG: Tivemos há pouco tempo o suicídio do DJ Avicii, vítima de depressão, e que havia se aposentado dos palcos por excesso de trabalho. Como você enxerga esta questão?
AR: Foi uma perda grande pra cena como um todo. Tim foi um cara visionário e uma das figuras mais importantes na cena eletrônica dos últimos anos. Pelo que eu sei ele gostava muito de produzir e trabalhar no estúdio mas detestava se apresentar ao vivo e a vida na estrada acabou trazendo diversos problemas. Para ser bem sincero essa correria é normal, eu pessoalmente já cheguei a tocar mais de 250 vezes em um ano e muitos dos DJs famosos trabalham até mais, acho que o Skrillex chegou a tocar 300 apresentações no ano que lançou seu primeiro disco. Steve Aoki também é um dos que tocam de tarde em um país e de noite em outro, no mesmo dia.
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FMG: Você está lançando um novo single "Still Into You". Conte-nos a história desta faixa.
AR: A música sai dia 29 de Junho em todos os canais online, Spotify, iTunes, Amazon, Deezer, etc. É a minha melhor composição até agora, escrevi as letras uns 2 anos atrás baseadas num relacionamento que eu tive e a música ficou armazenada junto com várias outras ideias que eu tenho, até que um dia produzi um som que combinava e resolvi finalizar a música.
FMG: Como será o processo de lançamento da faixa?
AR: Vai ser online, como quase tudo hoje em dia. Já existe a possibilidade de pré-salvar a música no Spotify, assim ela aparece na sua lista automaticamente no momento que lançar. E para comemorar, estou sorteando um set de headphones BEATS, pra algum sortudo poder ouvir a música com estilo!
FMG: Quais os grandes festivais que você já tocou?
AR: Depende do que você considera grande. Com o Dope Stars toquei em algumas arenas em algumas ocasiões, geralmente fazendo abertura para alguma banda maior tipo Nightwish. Tocamos também em uns festivais muito legais na Alemanha como o M’Era Luna que junta umas 30 ou 40 mil pessoas. Como DJ eu toquei nos últimos 3 anos na Stockholm Pride Parade que é a maior parada de rua da Escandinávia e junta dezenas de milhares de pessoas. Alias, literalmente 2 horas atras, acabei de receber o convite pra tocar novamente esse ano, estou super contente... vai ser muito legal!
FMG: Você já tocou no Brasil como DJ alguma vez? Se não, sonha em tocar?
AR: Acredita que eu nunca toquei como DJ no Brasil?! Eu até fui atrás e procurei um pouco, mas a maioria dos locais toca sertanejo, que sinceramente não me agrada nem um pouco. Na real eu não fico muito no Brasil, quando vou é só de passagem para visitar a família mesmo. Claro que eu morro de vontade de tocar aí né, sou brasileiro 100%! Infelizmente ainda não aconteceu, mas quem sabe um dia!
FMG: Qual mensagem você deixa nossos leitores do Fanatic Media Group?
AR: Queria primeiro de tudo agradecer a todos os leitores e também a você, André, pela oportunidade! Acho bacana dividir um pouco da minha experiência. Muita gente no mundo das artes no Brasil tem uma ideia errada de como é a realidade na Europa, aqui tem que ralar muito também! Parabéns pelo ótimo trabalho que você tem feito!
Por: André Luiz Bona

Léo Mancini levando sua música para os palcos do mundo.

Leo Mancini 01
Fanatic Media Group: Gostaria de começar falando sobre “Love Reaction”, sua música autoral. Ela foi lançada depois de quase 20 anos de carreira. Houve algum motivo especial para gravar somente agora?
Leo Mancini: Na verdade, comecei mais cedo ainda, tenho mais de 25 anos de carreira. Eu sempre compunha para bandas de Heavy Metal, de rock, de hard rock... Na época eu tocava no Tempestt, mas tive bandas antes.
Por exemplo, o primeiro CD do Tempestt, “Bring ‘Em on”, foi finalizado em 2006. Só que a gente vem compondo deste 2001, 2002... Os arranjos fomos fazendo com tempo, porém cerca de 90% das músicas, melodias e letras são minhas.
Esta música eu comecei a tentar fazer alguma coisa na linha acústica, pois depois de um tempo fazendo o projeto “Acoustic Hits”, com as releituras, pensei em começar a fazer alguma coisa autoral.
A música saiu em inglês e chama-se “Love Reaction”. Eu escrevi para a Paula, minha esposa.
Fazer em inglês foi muito legal, com muita aceitação. Teve mais de 260 mil execuções no Spotify e agora estou compondo mais quatro músicas. Vou gravar o clipe e vou lançar um single de cada uma delas.
FMG: Há uma diferença de estilos entre seus cds acústicos e sua participação como guitarrista no Shaman/Noturnall. Como surgiu a ideia de abrir mão dos amplificadores?
LM: Eu comecei tocando guitarra, comecei bem novo, queria ser guitarrista de banda, inclusive fui bastante.
Mas como tinha os amigos que tocavam em pubs e barzinhos, eles me convidaram para fazer alguns acústicos.
Nessa época, não era nem 2000 ainda, provavelmente era 96, 95, não tinham muitos shows acústicos ainda, então a gente fazia shows neste formato.
Tínhamos um trio que chamava “Acoustic Company”, que fazia várias releituras. Eram 3 violões, e de vez em quando fazíamos 2 violões e baixo.
Nisso comecei a tocar à noite e gostava bastante, desde cedo eu comecei a fazer isso.
Depois veio o Tempestt, a gente tocava na noite fazendo Classic Rock, em seguida virou uma banda autoral.
Depois do Tempestt veio o convite para o Shaman que em seguida se tornou Noturnall.
Durante o Shaman, eu fui convidado a gravar um cd de releituras. Na verdade eu não queria gravar, pois eu falava que era guitarrista, não era frontman, só que o pessoal da gravadora me convenceu e eu gravei esse cd. E felizmente a Som Livre se interessou, este cd foi lançado em parceira com a Som Livre e depois minha carreira no acústico começou a vingar mais do que o Metal, pois começaram a me chamar para eventos, coisas bem bacanas. Eventos corporativos, eventos sociais, o que começou a movimentar bastante esse meu lado acústico.
E é muito mais fácil pegar o violão e ligar direto na mesa de som do que ligar a guitarra no pedal, pedal no amplificador, amplificador no microfone. E aquela barulheira, todo mundo tocando alto pra caramba.
Estou ficando velho né? (risos). Brincadeira, eu gosto muito de tocar guitarra.
FMG: Já que citamos o Shaman, como surgiu o convite para participar da banda? Lembrando que os fãs do Metal brasileiro muitas vezes não aceitam mudanças, houve uma boa recepção dos fãs?
LM: Eu estava acabando de finalizar o cd do Tempestt para lançar. Aí o Thiago Bianchi, que eu já conhecia pois tínhamos feito alguns trabalhos juntos, já tinha gravado no estúdio dele e tínhamos feito algumas parcerias, falou que o Ricardo Confessori estava querendo remontar a banda, e queria juntar um pessoal.
Na verdade o Thiago ia ser o produtor da banda, não ia ser nem o vocalista. Neste processo, começaram a acessar alguns músicos, guitarristas, quando o Thiago me falou: "Leo, você não quer fazer um teste?".
Respondi que estava tocando Hard Rock, que não era metaleiro. Sou do Hard Rock, toco coisas mais do estilo Whitesnake, Van Halen.... E o Metal Melódico, Power Metal, apesar de gostar de muitas coisas de Power Metal, não era a minha especialidade.
Mas como eu gostava do trabalho do Shaman, tinha um respeito pela banda, e gostava muito do Ricardo tocando, ia ser um prazer tocar com ele. Acabei estudando umas músicas , inclusive umas músicas do Angra, que fazia parte da audição.
Fui lá fazer o teste. Fui ficando, eles foram gostando, aí fiquei. Lançaram o primeiro cd da formação, realmente o pessoal teve 40% de aceitação, 40% rejeitou e 20% em cima do muro, do tipo "ah, legal, não sei".
E você tem razão, foi um período difícil , porque a banda era uma banda muito boa mas realmente eram 3 membros diferentes. Então logicamente não dava a mesma sonoridade. A sonoridade e a produção também, porque a produção era do Thiago, toda feita por ele. Então o que tinha lá era a mediação do Confessori, que estava acostumado com o trabalho da banda.
O Confessori mediava mais ou menos como que o arranjo soaria para os fãs. Acabou sendo uma experiência muito legal, porque quando a gente ia fazer show o pessoal passava a respeitar a banda, porque eram músicos muito bons e a gente se dedicava bastante no show.
Mas essas coisas foram mudando, então no segundo cd , nos dvds que a gente fez, a gente tinha uma aceitação bem melhor. Já tínhamos mais de 70% de pessoas aprovando, e uns em cima do muro e tal, mas sempre tem o grupinho que não gosta de mudança. E eu respeito pra caramba, porque a primeira formação era genial , o primeiro trabalho do Shaman era animal. Gosto demais dos caras, conheço os caras, respeito muito e foi um prazer estar na banda, fazer parte desta história.
Leo Mancini 02
FMG: O cd Acoustic Hits 2 conta com participações da cantora Deborah Blando e de Saulo Vasconcelos. Como foi realizada essa escolha?
LM: Eu trabalhei com a Deborah um tempo, nós viramos amigos. Trabalhei com ela em 2013 e em alguns shows que a gente fez.
Era uma fase que ela estava trabalhando com música eletrônica, guitarra e percussão. Nós fazíamos um show muito louco e nos tornamos bem amigos.
Ela é uma super artista, uma grande cantora e eu quis chama-la para o meu cd. Ela aceitou na hora, gravou “Woman in Chains”, um trabalho lindo aqui em estúdio, ela detonou.
Essa música foi a que eu demorei mais tempo para fazer a edição, porque o “Accoustic Hits 2” fiz toda a parte de gravação, engenharia de som, mixagem, masterização... Essa música realmente eu acho que foi a que me deu mais trabalho. Quando digo trabalho, na verdade me refiro que fico criando, escutando “coisinha” e cada hora que eu escuto uma coisa eu quero mudar. Então, com a Deborah foi assim. Eu ficava escutando a música e "não, essa parte tem que ficar... A voz tem que ter... Essa palavra tem que ficar mais forte". Aí aumentava aquela palavra. "Não, essa palavra ela canta muito forte, vou abaixar um pouquinho. Não, essa parte eu cantei muito forte, vou abaixar". Então eu ficava controlando cada volume de sílaba. Para chegar onde eu queria, demorou bastante. Foi lindo!
Já o Saulo é meu irmão , nós nos conhecemos há bastante tempo, porque ele é muito amigo da minha esposa, da Paula, e a gente virou irmão. É um cara que eu respeito, tem uma voz incrível . O cara é gênio, sempre um prazer estar com o Saulo no palco, uma super honra. Tenho um projeto com ele chamado "Sharing voices", no álbum gravamos aquela música que todo mundo pede nos shows de banda cover, que é a música do Talking Heads, Psyco Killer.
Resolvi fazer uma versão diferente, falei assim: “Ah vou falar para o Saulo fazer a parte em francês, só que em ópera”. E ele chegou 9:00 da manhã aqui e cantou aquilo daquela forma. Para você ver o naipe dele, canta para caramba!
FMG: Já que citamos escolhas.... Qual artista você gostaria que participasse de alguma música que você já gravou? Por quê?
LM: Eu conheci o Thiago Abravanel, nós participamos juntos de um "Sharing Voices" que a gente o convidou e ele aceitou.
Ele veio cantar com a gente, com uma energia incrível, uma voz fantástica, uma alegria.... Além de ser um super performer no palco, ele domina.
No começo desse ano eu fui convidado para participar em um festival em Cunha, com vários convidados, e eu era um deles.
Tinham convidado o Ed Motta, o Thiago Abravanel e eu. Eram 3 dias de shows com várias bandas e cada banda convidava um artista. Novamente eu assisti o show da banda Big Time Orchestra, com uma participação do Thiago Abravanel. E ele arrebentou. Depois conversamos no Backstage e falei "Cara, eu fiz uma música em português”. O Thiago gosta muito de cantar em português, em inglês ele tem um certo receio.
Como eu tinha feito uma música em português, que não é uma coisa muito natural para mim, mas saiu desta forma, mostrei para ele e ele curtiu. Quero chamá-lo para ver se ele aceita gravar comigo. Eu acho que vai rolar. É isso aí!
FMG: Como foi a experiência de trabalhar com Alírio Netto e Lívia Dabarian no musical Freddie Mercury Revisited?
LM: Foi muito bacana, um projeto de muita responsabilidade. Estamos apresentando uma banda que é o Queen, uma das nossas influencias.
É uma banda que todo mundo respeita, o pessoal que gosta de Queen , gosta de música boa. Normalmente o pessoal que vai lá é para ver algo de alto nível e stávamos em 5: o Alírio e a Lívia, que são grandes cantores, foram os protagonistas do "We will rock you - O musical" aqui no Brasil. E agora o Alírio foi chamado para ser o vocalista do Queen Extravaganza , para você ver o naipe do artista que ele é.
O Queen Extravaganza é a banda tributo oficial do Queen, tanto que é anunciada na página do Queen. Na página oficial, quando você vai na web page, estão as datas do Queen Extravaganza.
Foi muito bacana, nos empenhamos muito, tinha o Juninho Carelli no piano, o Fernando Quesada na percursão, violão e baixo, e os dois cantores, Alírio e a Lívia.
Eles fizerem dois shows assim, em teatros grandes, primeiro fizeram no teatro Bradesco, depois me chamaram para entrar no projeto. Realizamos uma nova apresentação no Teatro Bradesco, agora com 5 integrantes, e também nos apresentamos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que foi sensacional, estava lotado. Agora tivemos que dar uma pausa porque o Alírio está nesta turnê com o Queen Extravaganza, talvez a gente retorne outros trabalhos no final do ano ou no começo do ano que vem.
Leo Mancini 03
FMG: Quais são seus novos projetos?
LM: Tenho vários, eu não paro de criar projetos, estou até ficando doido. (risos)
Eu tenho um projeto chamado "Redneck Rock", que tem uma formação de contrabaixo acústico com o Neymar Dias, que também faz vocal e backing vocal, banjo americano, estilo country , com o Edson Moreira que canta também, e eu faço violão e voz.
Fazemos releituras de músicas que vão desde Beatles, passam por Deep Purple.... Tudo nessa formação que fica bem bacana, com uma sonoridade bem legal. Fizemos agora alguns shows e vamos fechar mais.
Tenho mais um show que eu não posso divulgar agora, mas é um show grande para caramba, em um teatro grande, com dois amigos conhecidos. Tem um conhecido mundialmente, que eu não posso falar agora, mas futuramente posso divulgar, além do meu projeto solo, que estou lançando agora essas quatro músicas.
Serão lançadas uma de cada vez, e provavelmente vocês vão ouvir na Alpha FM. Fora isso, também tenho um trabalho do Tempestt que está parado desde 2009. Estamos com um cd quase pronto e como cada integrante está fazendo várias coisas, pois o pessoal do Tempestt também toca em outras bandas, inclusive de outro país, ficamos nos encontrando de tempos em tempos pra andar mais um pouquinho o projeto. Espero que esse ano a gente consiga finalizar completamente o cd . Também estou preparando um show para o segundo semestre com o reportório dos meus dois “Accoustic hits”, vou fazer uma seleção do melhor deles, e incluir uma sessão de cordas, com piano e percussão também, como foi a gravação mesmo. Vou fazer o arranjo na veracidade, como foi composto, para o segundo semestre.
Por : Priscila Velasco e André Bona

A rock opera about The Little Prince? Riccardo Romano tells us about it.


Fanatic Media Group: Let’s start with the beginning of your career. How did you start with music? Were there any inspiring people who led you to take this direction into the music business?


Riccardo Romano: I think I decided to become a musician at the age of 12. My school used to organize small concerts at the end of the year, so one year I found myself playing the drums for a Europe song. At the end of the song I threw myself into a sort of solo and the whole school shouted my name at the same time, in the echo of the hall. I remember that I thought "This is the coolest thing that ever happened to me, I want it to become my life".
The music teacher was a fantastic man who taught us how to play songs that were popular on the radio at that time. I learned immediately that music could be fun.
Since then I always think that music is a game that must be taken seriously, or something serious that must be taken playing.

FMG: About RanestRane: It was your first band or did you participate in other bands before?

RR: I have played in many bands before joining RanestRane. A few years ago I had my band in which I sang, and for many years the voice was my main instrument. With my new album, in a sense, I'm back to the roots.


FMG: This band is inspired by classical cinema. How did the band choose the movies? How do you reach a consensus on topics like these?


RR: I have always been proud of the fact that we have invented a Cineconcerto formula that no one else does. Everything we write is perfectly synchronized with the movies and this requires many years’ work each time.
Every film we have chosen is part of a particular moment in our lives. For example we have chosen A SPACE ODYSSEY because we are all lovers of astronomy. NOSFERATU was our first work, and the idea was Daniele Pomo’s who loved that film very much. SHINING was chosen because we wanted to deal with a very strong and influential film.

FMG: “The Little Prince” is a very famous book. Did you expect this kind of acceptance around the world?


RR: Oh well, I have to say, absolutely I did not expect all this attention and affection from the people. The album is receiving so much support, and this rewards me for all the effort that was necessary to make it happen. I understood how much this book is popular and loved, and of course this helped my album a lot. I really wanted to write music at the level of Antoine De Saint-Exupéry's masterpiece.


FMG: How did you get the idea for this album? Could you tell us how were the recording sessions?


RR: A few years ago, I attended a theatrical show that contained some excerpts from the book. I came up with the idea of ​​writing a song dedicated to the Prince and the Rose. Hence INVISIBLE TO THE EYES was born. Later I felt the desire to write an entire work around it. It was a long journey that lasted several years. I wrote the songs on the album at different times in my life. "The King", "The Lamplighter" and other songs were written in 2012, some more recently, while the tracks with progressive rock inspiration are more recent. I remember that I have improvised a lot on the piano in the afternoon, then I would go running and take with me what I had recorded. In this way I chose the melodies of the record. I must say that in fact B612 turns out to be very heterogeneous perhaps also because it was created in a very articulate way. It has been recorded in several studios, and some musicians and singers have recorded their instruments and voices in their own studios.

FMG: You played lots of instruments (keyboards, Celtic harp, harmonium, guitar, acoustic bass) and also sang. Was it a challenge for you?

RR: I am a rather curious person, and probably curiosity was the first impulse that pushed me towards learning to play many instruments. Another reason was certainly the need to use a sound for an arrangement. I consider myself primarily a composer, and sometimes it happened that I bought and learned an instrument to use it in a song.


FMG: There are many special guests. What was the composition process? Did they help to write the lyrics and the melody?

RR: I mainly wrote B612 single-handedly – the music, the arrangements and the lyrics. But there were some exceptions. Steve Hogarth composed the melody of the voice for "The Snake" and also wrote the lyrics. Jennifer Rothery wrote the lyrics for "Letter" and Luca Grimieri contributed some melodies to the album.

FMG: The musicians fit perfectly into their characters, for example, Jennifer Rothery’s voice is perfect for the Rose. Could you tell us a little bit about how you choose the songs for the special guests?

RR: Some singers were chosen because I imagined them to be very suitable for the role. For example Jennifer for the Rose and Sonia Bertin for the Fox, I thought they could be perfect. For Steve Hogarth and Martin Jakubski it was different. My intention was to ask them to play a stimulating character and to push them to do something different than the things they're known for. Steve created a very dark and intense character, while Martin was an ironic bluesman. I am deeply satisfied with the result.

FMG: So let’s talk a bit about the Steve Rothery Band. How did the invitation come about?

RR: In 2014 Ranestrane opened three concerts for the Steve Rothery Band in Italy. I remember that I was very excited and proud because Steve is one of my favorite artists. During the soundcheck, while I was experimenting with the keyboards, I remember that the guys were watching me closely. A little later they told me that they decided to ask me to join them in that moment.



FMG: Are you working on a new project? Please let us know your next steps.

RR: For now, the thing I dream of the most is to bring B612 on tour as much as possible. I would like to create a real live opera in the style of Jesus Christ Superstar. I hope I’ll be able to organize all my commitments.

FMG: Could you send a message for our readers and fans?

RR: Best wishes to all readers of the FANATIC MEDIA GROUP, thanks to you for your attention and support. Passion moves everything, and it is the best resource we have.
Official website: http://riccardoromanoland.com/


Por: Priscila Velasco & André Bona