Entrevista com Carlos Maltz (parte 1)

Carlos Maltz - Divulgação

Fanatic Media Group: Como foi sua formação musical? Qual a primeira lembrança de música que você tem? Você escolheu a bateria ou ela te escolheu?

Carlos Maltz: Bom, eu não tive formação musical propriamente dita. Eu comecei a tocar percussão por minha própria conta. Primeiro foi na Camisa 12 da torcida organizada do Inter, na charanga da Camisa 12 em 1976, eu tinha 14 anos na época. Então eu ia no estádio com meu avô nas cadeiras cativas até 75, até ganhar o primeiro campeonato brasileiro. Em 76 eu pulei para a arquibancada e fui para a Camisa 12 e me apresentei lá pra tocar na charanga, naquela época só tinha afrodescendente tocando na charanga, eu era o único branco. Mas tinha um tambor grande, um surdo de resposta chamado Sopapo, que ninguém queria tocar porque era muito grande. Então eles deixaram eu tocar, eu fui ficando e foi assim que eu comecei a tocar. Então eu não sei dizer se eu escolhi... Eu acho que mais foi uma coisa que estava lá desde sempre.
Quando eu comecei com os Engenheiros eu estudei um pouco de teoria de rudimentos por minha própria conta, mas muito pouca coisa, eu fui praticamente ­­- totalmente - autodidata. Eu comecei a estudar a técnica agora com 55 anos de idade e estou achando ótimo, mas naquela época não estudava.

FMG: Quais outras bandas você fez parte antes de tocar nos Engenheiros? Você chegou a tocar com o Thedy e o Stein do Nenhum de Nós?

CM: Com meus colegas do Colégio Israelita criamos a banda ContraRegra, no início dos anos 80. Além de mim, a banda contava com meus primos Rogério e Marcelo Bondar (irmãos entre si), Airton Seligman (primo dos Bondar) e Bernardo Stolnick (também primo dos Bondar). A banda mesclava diálogos teatrais, música latino-americana e rock. Se apresentava nos poucos festivais da cidade com músicas próprias. Um destes festivais, o Agrostock, toquei percussão na apresentação de Marcos Stein e Thedy Corrêa. A banda durou até quando viajei para Israel. Quando voltei, já estavam cada um na sua viagem.

FMG: Como foi que você conheceu o Humberto Gessinger e qual a primeira impressão que teve dele?

CM: A gente se conheceu na Faculdade de Arquitetura, éramos colega de curso e a gente juntou pra fazer um show só. Raramente ele aceitava os convites para beber nos bares da UFRGS, então todos o achavam arrogante. Mas no fundo sentia uma secreta admiração depois de ver alguns de seus trabalhos expostos na universidade. Vi ali que o Humberto tinha criatividade e era genial. Isto fez com que tirasse a carranca e me aproximasse.

FMG: Você já tinha experiência de outras bandas e de palco, o que o Humberto não tinha. Chegaste a dar algumas dicas para ele?

CM: Quando nós começamos eu realmente já tinha um pouco mais de experiência que o Humberto. Mas não precisou de dar dica nenhuma pra ele não, isso aí ele já nasceu sabendo.

FMG: Apesar de tão diferentes, você e o Humberto passaram a ser grandes amigos desde o início. A que você atribui isto?
     
CM: Eu e o Humberto, nós não éramos grandes amigos. Na verdade, a gente começou a ter mais amizade depois que eu saí da banda. Depois que a gente rompeu que fomos nos aproximando. Hoje eu acho que é o momento que a gente tem mais amizade de todo esse tempo, porque na época da banda a gente não era propriamente amigos. A gente tocava junto, mas a amizade veio depois, tá vindo.

FMG: Como foi a entrada do Marcelo Pitz na banda? Ele fazia parte de algum grupo de amigos em comum?

CM: O Marcelo Pitz entrou na banda porque ele era colega na faculdade e a gente queria montar a banda com pessoas da faculdade. Esse foi o motivo de ele ter entrado na banda, eu também, o Carlos Stein…

FMG: O Pitz chegou a influenciar o som mais ska do início da banda ou era apenas o que vocês conseguiam tocar na época, como já disse o Humberto?

CM: Acho que a presença do Pitz, não sei se a palavra certa é “influenciar”, é o som que a gente estava fazendo. A gente queria soar como uma banda da época. O Engenheiros passou a ter um cara mais  individual, uma característica mais da banda mesmo, depois com a entrada do Augusto nA Revolta dos Dândis.

FMG: A ideia de tocar jingles neste show foi por falta de repertório ou havia um conceito por trás?

CM: Essa pergunta é muito boa. Eu acho que sim, existia uma intenção artística grande por trás disso. A gente na época era estudante de Arquitetura e estudávamos autores pós-modernos no curso. Então isso era uma coisa bem conceitual, tocar esses jingles. Essa pergunta foi excelente, tinha essa intenção de colocar música comercial, jingles, essa coisa misturada com a música... Com certeza a gente tinha essa intenção aí.

FMG: Como era a relação de cada integrante e da banda com a cena local? O fato de tocarem mais no interior prejudicou a aceitação pela cena porto alegrense?

CM: A gente não tinha relação com a cena local... A gente era estudante de Arquitetura e nós éramos completamente fora da cena local. A nossa relação com a cena local era essa.

FMG: Como foi a decisão de continuar com a banda? Havia uma previsão de até quando ela duraria depois disto?

CM: A gente foi tocando e as coisas foram acontecendo, a gente não tinha a menor idéia... Sempre era o último dia, sempre a banda ia acabar amanhã. Essa era uma característica dos primeiros anos acho que até o Alívio Imediato, por aí, era assim. A gente achava que a banda ia acabar amanhã, sempre vivemos com essa perspectiva. Isso foi uma coisa muito importante nos primeiros anos e na liberdade que a gente se deu para fazer os primeiros discos.

FMG: Você acredita que o evento Rock Unificado e consequentemente a coletânea Rock Grande do Sul foram essenciais para que a banda tivesse tido uma carreira, ou acredita que isto teria acontecido independente destes eventos?

CM: Ah sim, o Rock Unificado e a coletânea foram fundamentais com certeza. Eu não entro nesse tipo de especulação: “se isso acontecesse aquilo”, “se não acontecesse”... Esse tipo de especulação eu não faço, se quiser pode fazer a vontade, eu mesmo não faço. Eu lido com as coisas que aconteceram mesmo.

FMG: O sucesso da banda logo no primeiro LP, Longe Demais das Capitais, e ter sido a banda que mais vendeu no selo Plug, surpreendeu na época?

CM: Com certeza, o sucesso da banda foi uma surpresa muito grande para nós, para a gravadora, para todos. A gravadora apostava nos Replicantes e nos Garotos da Rua, daquela coletânea. Para nós também foi uma surpresa, a gente não tinha essa pretensão. Para nós só o fato de estar gravando um disco já era lucro, a gente já achava que tinha ido longe demais.

G1 - Distrito Federal

FMG: A saída do Marcelo Pitz se deu por qual motivo? Chegou a haver boicote a ele?

CM: A saída do Marcelo Pitz é porque ele não aguentou conviver com a gente (risos)... A gente não tinha nada a ver, ninguém tinha nada a ver com ninguém. A gente começou a tocar juntos pra fazer um show e aí, quando foi ver, estava na estrada tocando juntos direto e ganhando disco de ouro, enfim... Então a gente não era assim uma galera que tocava junto desde sempre, que morava na mesma rua, que era amigo-não-sei-o-quê, não tinha nada disso... Então a gente, não sei como, conseguiu se aguentar tanto tempo. Eu e o Humberto a gente se aguentou dez anos, o Marcelo aguentou um ano só, foi o tanto q ele conseguiu.

FMG: Logo após a saída do Pitz a sonoridade mudou por completo e se enquadrou mais às preferências pessoais na época suas e do Humberto. Quanto a saída dele influenciou este novo rumo?

CM: Então, o Marcelo saiu e aí o Humberto começou a tocar o baixo. A gente ficou ensaiando eu e ele só, e ele começou a tocar o baixo. Claro que tudo isso influenciou, essas coisas não são tão premeditadas assim, a gente olhando daqui pra trás a gente vai fazendo essas ligações racionais e lógicas como se fossem coisas intencionais na época e não foram, foi como as coisas foram acontecendo... Então você vê que a própria linha, o jeito que o Humberto tocava baixo, era um guitarrista tocando baixo. Ele fazia linhas melódicas: primeiro que ele era guitarrista mesmo e segundo que era só baixo e bateria durante algum tempo até a chegada do Augusto. A gente ensaiou assim, a banda era eu e ele, então o baixo tinha que preencher esse espaço melódico, também isso. É mais como as coisas aconteceram, com a naturalidade que elas foram acontecendo.

FMG: É verdade que a escolha dos estúdios em São Paulo, desde a gravação das músicas para a coletânea Rock Grande do Sul, contribuiu para o sucesso da banda por estar longe da matriz?

CM: O fato de a gente estar em São Paulo com certeza contribuiu para que a gente tivessse mais liberdade e espaço para fazer o que a gente queria. Mas a escolha não foi nossa, isso aí foi a gravadora que escolheu. Mas com certeza teve influência sim, no sentido de a gente ter tido mais liberdade de criação, espaço para fazer o que a gente bem entendia.

FMG: Qual a história do nome da banda e de quem foi a ideia?

CM: O nome da banda foi idéia do Humberto porque era uma coisa do bar, ali da Faculdade de Arquitetura. Tinha que arrumar um nome pra banda pra fazer aquele único show que seria na faculdade, teria que ser um nome adequado para aquele show. Engenheiros do Hawaii era o nome da banda que ia tocar naquele show que a gente imaginava que seria o último, único da banda. Então esse nome, a gente jamais teria dado um nome desse se soubesse até onde que a banda iria chegar. O que eu acho que foi uma coisa muito boa também, que tenha acontecido dessa maneira.

FMG: O trabalho gráfico foi uma marca dos Engenheiros do Hawaii nos primeiros anos. Como surgiu a ideia da engrenagem e da trilogia de capas?

CM: A idéia da engrenagem foi minha, porque meu pai era Engenheiro Civil. Ele era sócio da Sociedade de Engenharia, recebia uma correspondência de lá. Um dia chegou uma carta e tinha um logotipo que era uma engrenagem bem parecida com a que a gente usou na capa do [disco] A Revolta dos Dândis. Nós estávamos ensaiando e chegou essa carta, foi mais ou menos na hora do ensaio e tal... Eu vi a carta e pensei: “- Pô, podia ser nosso logotipo...” foi mais ou menos assim.
CM: A trilogia foi coisa do Humberto também, a gente fez o primeiro disco, depois fizemos o amarelo... E aquele disco amarelo, eu acho que ele deu origem. O fato dele ser amarelo que deu a idéia de fazer um vermelho e um verde. Eu não sei exatamente como isso aconteceu, mas enfim, não foi uma coisa tão premeditada assim. Primeiro apareceu A Revolta dos Dândis com aquela capa, com aquele amarelo... Tinha mais a ver com placa de estrada, aquela coisa da highway, porque era um estética de placa de estrada. Eu lembro que a gente falou isso com os caras que fizeram a capa pra nós, que eram colegas nossos lá da [Faculdade de] Arquitetura, que o disco tivesse uma estética de placa de estrada e depois disso veio a trilogia.

FMG: O Lulu Santos após o lançamento do Papa é Pop se sentiu chateado por ter sido chamado de entertainer em uma entrevista comparando-o ao Silvio Santos. Mesmo depois disto ele foi cogitado a produzir o álbum GLM? É verdade que foi o trabalho mais tenso da banda em estúdio? Fale-nos desse trabalho que muitos consideram o auge técnico da formação.

CM: O Lulu Santos é uma pessoa que a gente respeita muito, sempre respeitou. Inclusive quando o Humberto falou essa questão do entertainer não estava falando de forma pejorativa, tanto que depois do Papa é Pop ele faz todo o reconhecimento ali ao Lulu e tal... Uma pessoa que eu tenho a maior admiração é o Lulu Santos, pelo trabalho dele.
O GLM começa pelo nome do disco, já começa com essa coisa dos nomes, acho que é um disco que a gente estava cada um isolado na sua viagem de ego. É uma coisa natural isso ter acontecido devido à vida que a gente vivia, o sucesso que a banda fez, enfim, à condição que a gente tinha para suportar esse tipo de coisa. Então na verdade nem chegou a ser tenso porque a gente nem se encontrava muito no estúdio. A gente já estava assim num momento que era difícil de nos suportarmos... O nível de intensidade de pessoas que nós somos e a intensidade com que a gente vivia era meio inevitável que a gente chegasse num ponto que não pudesse nem mais ver a cara do outro, como aconteceu na época da gravação desse disco, o GLM.

FMG: Chegou a haver realmente um racha interno com o Augusto sobre uma turnê acústica do álbum Filmes de Guerra, Canções de Amor?

CM: A questão do racha interno da banda, olha, é tão difícil explicar isso, o porquê que a gente rachou, o porquê que a gente se separou... Não tem motivos assim muito pontuais para isso: “é uma diferença de gosto musical”, “não sei quem queria conduzir a banda para uma direção mais não sei o quê”, não tem nada disso aí, as pessoas viajam muito... A verdade é que não se aguentava mais, essa é a realidade (risos)... A gente era muito intenso, o ritmo, a gente fazia quatro shows por semana, três shows por semana toda semana, durante dez anos, gravamos dez discos e ganhamos dez discos de ouro... É um nível, e somos pessoas muito intensas também, não somos pessoas muito sociáveis, não somos pessoas muito sociáveis, nem um de nós... O Augusto é até um pouco mais brando, mas eu e o Humberto somos pessoas que não somos de andar em turma com ninguém, nem temos muitos amigos pra ir pra lá e pra cá, então eu acho q é isso, eu me surpreendo de a gente ter se aguentado tanto tempo assim...

FMG: Na época da saída do Augusto, ele falou que a banda havia se tornado um apoio para a carreira solo do Humberto. Um disco depois você deixa a banda por questões ideológicas. Realmente na época ele monopolizou as criações e o conceito da banda?

CM: Sempre a banda foi a banda do Humberto, isso aí não tem nenhuma novidade. Ele realmente é um talento criativo muito maior do que nós, é natural que isso fosse assim. Sempre foi a banda dele, tanto que depois que ele saiu, montou outras bandas dele e tal... Então isso aí pra mim não tem dificuldade nenhuma de compreender. Assim, eu sou totalmente contra a democracia na arte, eu sou totalmente contra o socialismo na arte. O socialismo só produz lixo em termos de arte, as pessoas não são iguais, os talentos não são iguais, o talento é Deus quem dá pra quem ele quer e dá o tanto que quer e a gente que arrume um jeito de aguentar isso. E quem quiser tocar com uma pessoa muito genial, como é o caso do Humberto Gessinger, tem que ter humildade pra se colocar no seu devido lugar. Então na época eu não tinha isso, é uma coisa que eu reconheço hoje.

FMG: Após a saída do Augusto, o Horn foi efetivado como guitarrista da banda, mas para a gravação do álbum Simples de Coração a banda foi complementada pelo Deluqui e pelo Casarin. O Horn não estava preparado na época para uma banda do porte dos Engenheiros? Como surgiram os nomes do Deluqui e do Casarin e a decisão de colocá-los na banda?

CM: Ninguém estava preparado para substituir o Augusto à altura, ninguém nunca esteve, ninguém nunca substituiu ele à altura. Tanto que a gente teve que colocar dois guitarristas e um tecladista para substituí-lo e mesmo assim acho que não foi suficiente. Eu acho que o trabalho dele era muito melhor do que esses outros três juntos, não que esses caras não fossem bons músicos, o Casarin, Fernando Deluqui... Mas é que o guitarrista dos Engenheiros era o Augusto, fazer o quê?



27 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigado André! Garanto que irá gostar!

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  3. Muito boa, é bom ver o Carlos hoje falando de Engenheiros com tanta naturalidade. a questão de "democracia na arte" é perfeito, compartilho com ele dessa teoria.
    parabéns a todos.

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    1. Olá Herivelto. Obrigado por sua resposta.
      Também fiquei feliz por isto e pela reaproximação dele com o Gessinger.

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  4. Porque vocês além do texto não gravaram a entrevista em áudio e disponibilizaram também, enfim, gostei porque tirou dúvidas sobre muitas coisas. Mas a saída do Augusto como sempre será um grande segredo desses caras, eles falam, falam e não chegam na razão final. Na época o Augusto chegou a processar o Humberto pelo uso do nome da banda... Muita coisa deixou esses três numa mágoa só.

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    1. Olá Adriano, obrigado pela sua resposta.
      As respostas do Maltz foram em áudio, apenas transcrevi para um melhor entendimento.

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  5. Muito bom, sou fã incondicional da formação GLM e sonho com um retorno ainda... Quem sabe, quem sabe talvez...

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    1. Olá Anderson, obrigado por sua resposta.
      Sábado, dia 18, teremos a segunda parte da entrevista. Quem sabe alguma pista está lá?

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  6. Excelente entrevista, o Carlos, mostra que as pessoas podem mudar com o tempo, se naquela época ele pensasse como hoje... Talvez a banda tivesse na ativa.

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    1. Obrigado por sua resposta Jairo. Concordo com suas palavras. Ele mostrou sua grandeza reconhecendo seus erros, que eram normais para a idade que tinha na época.

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  7. Simplesmente a melhor entrevista sobre Engenheiros do Hawaii que eu já li!

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    1. Poxa! Obrigado de verdade Gustavo! Méritos ao entrevistado.

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  8. Muito bom saber do Maltz!
    Continuo na torcida pela volta da formação clássica, confesso!

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    1. Obrigado Fabio! E Obrigado pelos seus ensinamentos também, tenho aprendido muito.
      E quem sabe, né? Não perca a segunda parte dia 18.

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  9. Que entrevista foda... to impressionada. otimo trabalho

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